Paraná Clube decide o seu futuro no Pinheirão

O jogo de hoje – às 16h, no Pinheirão – representa vida ou morte para o Paraná Clube no campeonato paranaense. Um novo tropeço diante do Malutrom colocaria o Tricolor em posição delicada e praticamente irreversível. Com apenas um ponto após três rodadas, o time de Saulo de Freitas precisa assegurar 100% de rendimento jogando dentro de casa – contra Malutrom e Rio Branco – para não correr riscos de ficar à margem da competição e relegado ao “torneio da morte”.

Tendo em mãos um grupo limitado e sem possibilidade de grandes variações, Saulo faz o que pode para “mexer” com os brios dos atletas. O Paraná terá um novo plano tático hoje à tarde e Marcos Lucas e Ednaldo acabaram “barrados”. O treinador vai apostar num 3-5-2 para assegurar maior equilíbrio e volume de jogo pelos lados do campo. Além da volta de Wiliam e da efetivação de Vandinho no ataque, o meia Éverton foi deslocado para a ala-esquerda. “É uma tentativa para colocarmos fim a esse jejum de gols”, sentenciou Saulo.

O técnico paranista assegura que, independente da qualidade do adversário, o Paraná precisa se impor, marcar forte e comandar as ações do jogo. Com três zagueiros, ele espera dar maior liberdade aos alas e cobrou – no apronto de ontem à tarde – o constante apoio de Alcir e Éverton. O objetivo é “alimentar” os atacantes Alex e Vandinho e desta forma dar uma guinada na campanha do time. É o pior rendimento do Tricolor em um início de campeonato, sem marcar um gol sequer após três rodadas.

A presença de Wiliam, recuperado de lesão no joelho esquerdo, dará maior liberdade a Jean Carlo. “No último jogo, tive que voltar muito, pois a bola não chegava na frente. Com isso, houve uma distância muito grande entre meio-de-campo e ataque e isso dificultou nossas ações”, analisou o jogador. Mais próximo da área adversária, Jean Carlo até fez gol no apronto de ontem pela manhã. Em pouco mais de vinte minutos, Saulo procurou acertar o novo posicionamento.

Com cinco jogadores no meio-de-campo, o Paraná também poderá aplicar a marcação mais “agressiva” que foi marca registrada do time de Saulo no Brasileirão. Após três jogos, a condição física dos jogadores já é melhor e por isso o treinador cobra dos volantes e meias maior eficiência na retomada da “segunda bola”.

O capitão Gélson Baresi será o líbero, tendo Fernando Lombardi e João Vítor posicionados para o primeiro combate aos atacantes do Malutrom. A única dúvida está na meta. Flávio, ainda com dores no ombro esquerdo (ele caiu de mau jeito no treino de quinta-feira), foi poupado da atividade e fará um teste hoje pela manhã. O Pantera garante, porém, que estará em campo. “A comissão técnica preferiu que eu não treinasse e aproveitei para descansar e fazer um tratamento. Mas, não será uma dorzinha que irá me tirar deste jogo”, afirmou Flávio.

O Paraná Clube nunca conviveu com tantos problemas em seu ataque. Sem um substituto para Renaldo – maior artilheiro do clube em um campeonato brasileiro, com 30 gols -, Saulo tenta dar moral para o garoto Vandinho. Com apenas 17 anos, ele fez o único gol da equipe na temporada, no amistoso frente ao Cianorte. Mesmo assim, cobrando pênalti.

Após brilhar como o terceiro ataque mais positivo do último nacional, o Tricolor chega à quarta rodada do paranaense como o único clube que ainda não fez gols. Vandinho iniciou a competição como titular, mas acabou perdendo a posição para Ednaldo. Agora, ele reconquista seu espaço e espera não decepcionar o apreensivo torcedor paranista. “Sei que o atacante tem que marcar gols. Vou dar o máximo neste jogo para começar a me firmar”, disse Vandinho, de apenas 17 anos.

Vandinho e Ednaldo são, a rigor, as únicas opções para o ataque, após as dispensas de Washington (no Prude) e Wellington. A diretoria promete para segunda-feira a apresentação de pelo menos quatro reforços. O clube busca dois atacantes, um meia e um volante. (IC)

O Malutrom entra em campo hoje contra o Paraná, às 16h, no Pinheirão, com a mesma equipe que deu trabalho para o Atlético Paranaense na rodada do meio da semana. Satisfeito com o rendimento de seus comandados e sem problemas de contusão, o treinador Mauro Madureira aposta na sequência de jogos para conquistar um importante aliado: o entrosamento.

Para a partida desta tarde, o Malita espera ter melhor sorte e para isso vai tentar se aproveitar da crise iminente no Tricolor, que somou até agora apenas um ponto em três partidas. “Não desmerecendo a equipe do Paraná, que também tem um grande nome e o ótimo comando do técnico Saulo, nós também queremos e precisamos de resultados positivos”, afirmou Madureira.

Além da boa fase, o Malutrom conta com o incentivo de um retrospecto positivo contra o Tricolor. Dos times da capital, foi o único que o Malita conseguiu vencer, em duas oportunidades. Em 2002, sob o comando do próprio Madureira, o alviceleste bateu o Tricolor por 2 a 0, com dois gols de Tcheco. Em 2001, o jogo aconteceu na Vila Capanema e a vitória foi por 2 a 1, com gols marcados pelos ex-tricolores Flávio e Reginaldo.