Paraná Clube cauteloso e ofensivo contra o Paranavaí

O Paraná Clube não irá alterar seu estilo de jogo para a primeira partida da decisão do Campeonato Paranaense. O técnico Zetti preferiu não antecipar a escalação, mas nem cogita uma mudança tática. A única dúvida está no ataque, entre Lima e Renan, para o jogo de amanhã – às 16h, no Estádio Waldemiro Wagner -, em Paranavaí. Com cautela, mas sem abrir mão do estilo ofensivo, o Tricolor tenta garantir vantagens para o jogo de volta, programado para a Vila Capanema.

Mesmo tendo somado cinco pontos a mais que o representante do interior, o Tricolor tem como vantagem, no momento, apenas o fato de decidir em casa. Bem diferente do que ocorreu nas semifinais, onde teve a comodidade de jogar por dois empates. ?O mando de campo nem sempre decide.

É só ver o que ocorreu na fase anterior?, lembrou o volante Goiano, uma das novidades do Tricolor. O jogador foi confirmado na vaga de Beto, um dos desfalques do time.

?Temos que igualar na marcação, para nos sobressairmos na técnica?, frisou Goiano. O volante, um dos mais experientes do atual elenco, terá nova chance em sua real posição. Ao longo da temporada, perdeu a condição de titular para o garoto Xaves e até chegou a atuar como ala (frente ao Real Potosí, pela Libertadores).

?O importante é que o Paraná está chegando com força nesta decisão. E pela condição do grupo, que mostrou qualidade ao se dividir entre duas competições?, analisou.

As outras baixas – também por suspensão – são os zagueiros Daniel Marques e Neguete. A defesa será formada por Toninho e João Paulo. ?Será uma decisão equilibrada. O Paranavaí mostrou muita força, até aqui. E poder de reação?, lembrou. Na fase classificatória, também no Waldemiro Wagner, o Paranavaí virou um placar de 2×0 favorável ao Tricolor, que utilizou um time ?reserva?, dirigido pelo auxiliar-técnico Silas.

O jogo foi disputado em pleno Carnaval e entre os jogos da Libertadores, contra Maracaibo e Potosí e o Paranavaí venceu por 3 a 2. O Paraná recorreu a vários garotos das categorias de base, como Araújo e Bruno Henrique. João Paulo, agora escalado na zaga, e Renan, vivendo a expectativa de ser mantido no time, foram exceções e ficaram no banco de reservas. ?Trata-se de um adversário que tenta se impor, no clima de sua torcida. Temos que ter cautela e inteligência para não cairmos nessa pressão?, finalizou João Paulo.

Zetti dá o recado: ?Tem que jogar no limite?

Sempre com um trabalho motivacional ?engatilhado?, Zetti preferiu deixar para direcionar a semana aos treinos técnicos. O único treino tático foi realizado ontem pela manhã e somente na viagem – e na concentração – a comissão técnica intensifica a preparação psicológica do grupo. ?É decisão. Todos estão cientes de que é preciso jogar no limite?, frisou Zetti.

A preocupação inicial do treinador era conter um possível clima de euforia após o triunfo no clássico. ?O grupo é maduro. Isso já é passado?, ponderou o treinador. Se frente ao Paranavaí não há a rivalidade como ingrediente, entra em cena a ambição de buscar o bicampeonato, que seria também o primeiro título de muitos atletas e até mesmo de Zetti, que traz no currículo dois vice-campeonatos, ambos em 2004.

Situação oposta, por exemplo, à do goleiro Flávio. Levando-se em conta apenas o Campeonato Paranaense, o Pantera ostenta cinco títulos – quatro pelo hoje rival Atlético – e corre atrás do hexa. ?Temos a vantagem de fazer o segundo jogo em casa. Mas, a primeira partida é muito importante. Temos que impor o nosso estilo de jogo, mesmo fora de casa e diante de uma grande torcida?, afirmou Flávio.

Quinta é dia de lotar a Vila

Na noite da última quinta-feira, o Paraná Clube conheceu seu próximo adversário na Libertadores da América. Ontem, a Conmebol definiu datas e horários dos jogos das oitavas-de-final. O primeiro jogo do Tricolor frente ao Libertad, do Paraguai, será na próxima quinta-feira, às 19h, na Vila Capanema. A partida de volta será no dia 10 de maio, às 20h (no horário local) – 21h, no horário de Brasília – no Estádio Defensores del Chaco, em Assunção.

O técnico Zetti gostou da formatação das chaves, sem nenhum time brasileiro no seu caminho até as semifinais. ?Acho que o nosso grupo assimilou muito bem o estilo de jogo que deve ser aplicado contra outros clubes sul-americanos?, frisou o treinador. ?Não será fácil, mas podemos avançar no torneio?. Caso supere o Libertad, o Paraná encara nas quartas-de-final o vencedor do clássico argentino entre Vélez Sársfield e Boca Juniors.

A partir de agora, nesta competição, o Tricolor precisa recuperar o mesmo estilo de jogo utilizado em sua estréia na Libertadores, quando levou a melhor no mata-mata contra o Cobreloa, do Chile. ?Tivemos alguns deslizes na fase de grupo que não podem se repetir agora?, confirmou o treinador paranista. Com a cabeça voltada para o jogo de amanhã, frente ao Paranavaí, Zetti vai deixar para analisar mais detalhadamente o time paraguaio na segunda-feira.

O Libertad, que fez a terceira melhor campanha da fase de grupos – com 13 pontos, atrás apenas de Santos e Flamengo -tem no seu retrospecto vitórias significativas fora de casa, contra América, no México (4×1), e Banfield, na Argentina (1×0). Porém, em casa, os paraguaios sofreram sua única derrota na competição – para os mexicanos – e vitórias apertadas diante de Banfield e El Nacional, ambas pelo placar mínimo.

Gérson aceita rótulo de favorito

O meia Gérson não teme o ?rótulo? de favorito na decisão. Acredita ser uma situação normal em confrontos capital x interior. ?Só sei que serão jogos duríssimos?, alertou. Titular absoluto desde o início da temporada, o jogador, suspenso, não atuou frente ao Atlético e não vê a hora da bola rolar. ?Nos preparamos desde janeiro para esse momento. Agora, é entrar em campo e fazer um grande jogo?, disse Gérson.

Já tendo atuado por equipes de menor expressão, ele sabe bem como deve estar o clima em Paranavaí. ?A motivação, numa hora dessa, não tem limites. Por isso, temos que jogar com muita inteligência?, alertou. Contratado no ano passado, somente com a reformulação do elenco quinto colocado do Brasileiro – 2006 conseguiu ascender à condição de titular. ?O mais importante é que temos um grupo unido. Onze começam o jogo, mas não há titular, não?, reforçou.

Na sua visão, a vitória sobre o Atlético já faz parte do passado e todo o grupo está focado no Paranavaí. ?Nosso primeiro semestre é muito bom, mas temos que coroar tudo isso com o título de bicampeão paranaense?.

Voltar ao topo