Paraná Clube ainda sonha com o tapetão

Se dentro de campo não deu, quem sabe no tapetão? Esse é o pensamento da diretoria do Paraná Clube, que tenta parar o campeonato paranaense. Ontem à tarde, o diretor jurídico do Tricolor, Luís Carlos de Castro, entrou com um recurso no Tribunal de Justiça Desportiva pleiteando uma vaga na segunda fase do estadual, que começa hoje. A intenção é insistir para que o Francisco Beltrão perca os seis pontos referentes à partida contra o Prudentópolis e ceda a vaga ao Paraná.

O Prude pediu impugnação da partida na semana passada, alegando que o jogador Alex Francisco Franco dos Santos estava com registro irregular. Na Federação Parananense de Futebol, o atleta consta como primário. Entretanto, o Prude alegou que ele tinha o primeiro registro profissional na Federação Cearense de Futebol, pelo Calouros do Ar. Na CBF, o atleta aparece sob o número do registro 134.487 e, atualmente, ele estaria vinculado à federação paraguaia. Entretanto, como o departamento jurídico do Prudentópolis não reuniu provas suficientes, o presidente do TJD-PR, Bôrtolo Escorsin, indeferiu o pedido. Como com o empate do último domingo com o Paraná o Prudentópolis estaria no torneio da morte independente da perda de pontos por parte do Beltrão, o clube do interior desistiu do processo. Mas o Paraná, não.

“Se o Beltrão perder os seis pontos, estamos classificados. Vamos provar a irregularidade no registro do jogador e estamos confiantes de nossa vitória no tribunal”, disse o diretor jurídico do Paraná, Luís Carlos de Castro. Segundo o advogado, pelo novo código, o Tricolor pode manter a denúncia sob alegação de interesse de terceiro. “Se eles perderem os pontos, seremos beneficiados. E é só isso que queremos. A justiça”, disse. De fato, no parágrafo primeiro do artigo 84 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva diz que “são partes legítimas para promover a impugnação as pessoas físicas ou jurídicas que tenham disputado a partida, prova ou equivalente em cada modalidade ou as que tenham imediato e comprovado interesse no seu resultado, desde que participante da mesma competição”. É o caso do Paraná Clube.

Provas

Como não tem acesso direto aos documentos, o jurídico do Paraná entrou com um pedido de busca de provas materiais junto ao departamento de registro da FPF, que tem como diretor Joehlson Pissaia. O Tricolor solicitou que a FPF busque informações de registro com Luiz Gustavo Vieira de Castro, diretor de registro da CBF e com Estélio Carvalho, presidente da Federação Cearense de Futebol.

Oferecida a denúncia, o presidente do TJD, no caso o advogado Bôrtolo Escorsin, tem que dar imediato conhecimento da instauração do processo ao presidente da entidade – a Federação Paranaense de Futebol, para que não aprove a partida, prova ou equivalente até a decisão final da impugnação. Entretanto, Escorsin não foi encontrado na tarde de ontem pela reportagem. E nem pela diretoria no Paraná. “Não conseguimos localizá-lo e a única coisa que temos certeza é de que ele tem que se pronunciar no máximo até amanhã (hoje)”, diz Castro. O TJD-PR, entretanto, poderá se basear no artigo 85, para evitar a aceitação da denúncia. No texto, está dito que “a impugnação deverá ser protocolada no órgão judicante competente, em até 2 (dois) dias depois da entrada da súmula na entidade de administração do desporto”. Esse prazo já está expirado.

Sobre os comentários de bastidores que davam conta que o Beltrão havia se livrado do primeiro recurso por ter na diretoria da Federação Paranaense de Futebol um vice-presidente, Castro foi enfático. “O processo corre na esfera jurídica, não política. Temos certeza disso e, por isso, estamos confiantes.” De qualquer forma, o departamento jurídico do Paraná Clube deixou claro que se sentir omissão da FPF, pode romper com a entidade e recorrer ao presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, Luiz Zveiter.

Saulo já tem os “substitutos”

Enquanto o departamento jurídico entra em campo nos bastidores, o técnico Saulo vai dando os retoques na equipe do Paraná que – em primeira ordem – vai jogar no domingo, contra o Nacional, em Rolândia, em partida válida pelo “torneio da morte”.

Sem poder contar com o meia Athos, expulso na partida de domingo, contra o Prudentópolis, a tendência natural é que Saulo mantenha Alex na equipe, atuando na meia-cancha, sua posição de origem. No ataque, a equipe terá a volta de Éverton, que foi expulso na partida contra o Rio Branco e já cumpriu suspensão. Com Fábio jogando mais à frente, a tendência é que Alex e Éverton alternem as subidas ao ataque, assim como fizeram Athos e Alex no jogo contra o Prude.

Na defesa, o Paraná também terá novidade. No treinamento coletivo da tarde de ontem, na Vila Capanema, o polivalente João Vítor apareceu na zaga ao lado de Fernando Lombardi. Juliano, que vinha atuando ao lado de Lombardi, treinou entre os reservas.

O titular da posição, Gélson Baresi, mais uma vez ficará de fora. No final da tarde de ontem, foi divulgado o resultado da ressonância magnética à qual ele foi submetido após sentir novamente a lesão sofrida no adutor da coxa no clássico com o Atlético, há duas rodadas. “Foi constatada uma lesão muscular e ele está vetado do compromisso de domingo”, disse o médico do clube, Júnio Chequim. Entretanto, o médico garantiu que o problema já vem sendo tratado há quase vinte dias e Baresi tem boas chances de jogar na próxima rodada. “Ele não forçou em cima da contusão e está em tratamento intensivo. Nessas circunstâncias, a recuperação é mais acelerada”, concluiu.

O Paraná volta a treinar hoje em dois períodos, enquanto o departamento jurídico continuará sua empreitada para tentar livrar o time do “torneio da morte”. Independente do resultado da ação, o técnico Saulo vai fazendo a sua parte, cobrando muito empenho nos treinamentos.

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