Para Massa, tráfego custou a vitória

Felipe Massa estava chateado, mas não desesperado com a derrota para Kimi Raikkonen no GP da França, domingo, em Magny-Cours.

Aceitou o destino traçado, segundo ele, pelos carros mais lentos que pegou pela frente assim que saiu dos boxes depois de seu segundo pit stop.

O azar que Raikkonen tivera antes da primeira parada caiu sobre o capacete do brasileiro. ?Peguei muita gente na frente e acabou atrapalhando. Perdi a corrida ali. Eu tinha tudo para vencer, o carro estava sensacional, mas para a estratégia dar certo eu precisava de pista limpa?, lamentou.

Sua estratégia foi fazer a classificação com o carro mais leve que o de Raikkonen, para garantir a pole. Conseguiu, e estava dando certo até a segunda parada. Massa largou bem, manteve a ponta durante a maior parte da prova, mas nunca conseguiu se distanciar de Kimi.

O finlandês era uma ameaça constante, não porque tentasse ultrapassar, mas porque tinha, sempre, três voltas de pista além de Felipe nas janelas de pit stops. Com o resultado, Massa foi a 47 pontos no campeonato e agora está 17 atrás do líder, Hamilton, três atrás de Alonso e cinco à frente de Raikkonen.

?É claro que eu queria ganhar, mas estou feliz com o resultado da equipe. Uma dobradinha nessa altura é importante e mostra que reagimos bem depois de Indianápolis. Andamos bem nos testes de Silverstone na semana passada e a próxima corrida é domingo lá mesmo, temos de manter o bom momento?, afirmou o piloto.

Na Ferrari, o 1-2 foi motivo de festa, já que a equipe ainda não tinha conseguido o feito nesta temporada. Seu melhor desempenho tinha sido no Bahrein, com Massa em primeiro e Kimi em terceiro. E o time ainda bateu bumbo para sua atitude de liberar a disputa entre os dois pilotos, embora Massa esteja na frente na classificação.

?Foi uma ótima maneira de comemorar meus 14 anos de Ferrari?, disse o chefão Jean Todt. ?Os meninos guiaram muito bem e puderam lutar um com o outro. Agora temos de repetir o resultado domingo que vem, na casa de nossos rivais?, concluiu.

Inspiração

Por três voltas, Kimi Raikkonen lembrou Michael Schumacher. O ?Homem de Gelo? foi paciente e cirúrgico ao longo das derradeiras 70 voltas da Fórmula 1 no circuito de Magny-Cours -no ano que vem, a pista não faz mais parte do calendário.

Raikkonen venceu pela segunda vez no ano, 11.ª na carreira, e foi a 42 pontos na classificação. Está 22 atrás de Hamilton, o terceiro colocado, mas de volta à disputa. ?Finalmente tudo deu certo?, comemorou o finlandês depois de esvaziar, na goela, a garrafa de champanhe no pódio. Kimi correu como corria Schumacher em seus tempos de Ferrari: jogando tudo em séries de voltas rápidas antes dos pit stops. E depois de oito provas, enfim, justificou a aposta de Maranello em seus cabelos loiros e sua cara de sonso.

De sonso, porém, Raikkonen não tem nada.

Voltar ao topo