Pais viajam 1.800 km para torcer nos JEBs

Os nove pais dos nove jogadores da equipe de basquete do Colégio Nossa Senhora da Glória, de Francisco Beltrão, viajaram 1.800 km até Brasília para acompanhar os filhos que estão disputando os Jogos Estudantis Brasileiros. Cinco deles foram no mesmo ônibus da equipe e quatro de carro. "A viagem foi tranqüila. Viemos assistindo a filmes, contando piadas e jogando baralho", disse o comerciante Antônio Antunes. Um deles, Roberto Mendes Rodrigues, foi de Rondonóplis-MT, cerca de 1.500 km. "Combinamos tudo pelo telefone e pelo messenger. Além de dar uma força, aproveito para vê-lo, já que moro longe", disse Rodrigues, que é separado da mãe de Renan, o armador do time.

Para o corretor de imóveis Luiz Tomasoni, acompanhar os filhos é coisa de família. "Fui atleta de handebol e minha mãe me acompanhava nas viagens. Isso me incentivava e deixava protegido. Agora faço o mesmo com meus filhos", disse Tomasoni, que se orgulha de ter representado o Paraná na equipe de handebol dos jogos universitários de 1985, em Goiânia. O garoto Gustavo é um privilegiado em relação aos demais, porque seu pai está em todos os jogos e treinos, pois é o técnico da equipe. "Me sinto pai de todos. Mas quando todos as pais estão aqui, fico mais tranqüilo", disse Marcos Bevilaqua.

Cada um com sua história, todos deram um jeito de estar próximos dos filhos. O servidor público Irineu Miller tirou férias. "Esse é um momento importante da vida de meu filho e quis estar perto dele." O empresário Sérgio Baseggio deixou o outro filho cuidando dos negócios. "Em outras oportunidades o acompanhei em viagens do time de vôlei e agora está retribuindo pra eu viajar com o mais novo", disse Sérgio Baseggio. "Temos que ter tempo para nossos filhos agora, porque depois vão para a faculdade e tocam a vida deles", define Tomasoni. Mas não foram só os pais que se envolveram na viagem da equipe de basquete. "A escola e a prefeitura pagaram o ônibus. No comércio, arrecadamos quase sete mil reais para a alimentação e despesas extras", conta Áureo Muncineli.

Classificação dramática

O "sacrifício" da viagem foi coroado com a classificação da equipe à segunda fase da competição, com uma vitória de 60 a 54 sobre o colégio Magnum Agostiano, de Minas Gerais, ontem de manhã.

Mas a vaga foi conquistada de forma dramática, já que na partida anterior, no domingo, o Paraná chegou a estar vencendo o Colégio Dom Bosco de Roraima por vinte pontos de diferença, mas permitiu a virada e o jogo terminou 63 a 58. O jogo foi tumultuado. Um jogador e o técnico paranaense foram expulsos por reclamarem da arbitragem. E no final do jogo, alguns pais invadiram a quadra para tirar satisfação com o árbitro. "Perdemos a cabeça porque é injusto ver um árbitro atrapalhando todo um projeto nosso. Mas depois deste episódio conversamos bastante entre nós e neste último jogo procuramos passar tranqüilidade e incentivo para eles, que venceram o jogo", disse Tomasoni.

O time volta à quadra hoje (terça-feira) pelas quartas-de-final dos JEBs. O adversário seria definido ontem à noite, pelo Comitê Olímpico Brasileiro, organizador da competição.

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