Osasco é tricampeão

Niterói – O Finasa/Osasco comemorou o tricampeonato da Superliga Feminina de Vôlei, no sábado, no Ginásio Caio Martins, em Niterói (RJ), na primeira decisão dos dois técnicos brasileiros campeões olímpicos – José Roberto Guimarães e Bernardo Rezende. O Osasco venceu o Rexona por 3 sets a 0 (31/29, 25/18 e 25/18), no jogo mais fácil da série, e somou a terceira vitória no playoff melhor-de-cinco para ser tricampeão brasileiro.

O time comemorou muito a volta por cima na temporada considerada por Zé Roberto como a da superação. Bernardinho disse que o projeto do Rexona no Rio tem apenas seis meses, assumiu a responsabilidade pela derrota, e garantiu sua permanência como técnico do time feminino. "Não tenho o direito de sair agora", afirmou.

Zé Roberto que, ao contrário, pode deixar o Finasa para ser técnico exclusivo da seleção, evitou qualquer crítica ao Rexona ou a Bernardinho quando falou sobre o confronto entre os técnicos. Disse que na Superliga eram os dois times de dois treinadores e não os próprios que estavam jogando. "Tenho muito respeito por ele. Os títulos dele falam por si sós. Todo mundo trabalha muito duro hoje em dia no vôlei brasileiro, todos os técnicos suam a camisa e correm atrás."

O Osasco perdeu quatro vezes para o Rexona, nos jogos da temporada, antes dessa final -duas delas no turno e returno da Superliga e duas outras na Salompas Cup. E Zé Roberto teve de ouvir muitas vezes a pergunta sobre o confronto entre ele e Bernardinho. "Eu estava cansado de ouvir isso, mas acho que fui paciente para continuar com o meu trabalho". O Rexona-Ades, sob o comando de Bernardinho, fez um campeonato impecável até a final (ficando, inclusive, invicto na fase de classificação), e perdeu um único jogo, contra Campos, nas semifinais.

Já o Finasa/Osasco, de José Roberto Guimarães, veio aos tropeços – teve grande dificuldade para adaptar o grupo à nova levantadora, Carol -, mas foi crescendo na fase dos playoffs. Bia, que ontem entrou em quadra no lugar de Mari (não tinha jogado bem as duas primeiras partidas) disse que o grupo começou a acreditar que poderia vencer o Rexona quando o time perdeu para Campos. "Tínhamos perdido quatro vezes e em duas o nosso time não viu nem a bola", observou o técnico, dizendo que o mais complicado foi fazer o time acreditar que poderia jogar com igualdade de condições com o Rexona – "mais do que nós ninguém treinou".

Zé Roberto definiu essa como a Superliga mais difícil dentre as quatro que disputou. "Primeiro por causa da volta da seleção brasileira das Olimpíadas de Atenas e daquele jogo da Rússia. Tentamos fazer o melhor possível na seleção, mas o meu time foi muito hostilizado por causa daquela derrota."

Levantadoras

O técnico ainda citou o fato de o time ter de se adaptar a várias lavantadoras – Gisele saiu, Carol chegou dia 21 de dezembro, ainda fora de forma, Daniele Lins estava em procedimento médico por causa do coração e Ana Cristina era a única que podia jogar. "Corremos atrás o tempo inteiro. Difícil para as ponteiras, cada hora trabalhando com um tempo de bola, mas o time soube reagir, principalmente após as quartas-de-final, quando começou a crescer e não parou mais." O tricampeonato foi especial para duas jogadoras, Bia e Valesquinha.

Bia fez uma excelente partida saindo do banco – entrou no primeiro set quando o time perdia por 20 a 18 e não saiu mais. Bia, jogadora muito eficiente durante todo o campeonato, tinha ido para o banco para que Paula Pequeno entrasse no time, mas no sábado voltou no lugar de Mari. "Preparei a sobremesa e não ia comer?"

Valesquinha, além de melhor bloqueio, conquistou o seu sexto título brasileiro na oitava final consecutiva que disputou. As melhores do campeonato: levantadora – Fernanda Venturini, Fernanda, defesa – Leila, saque – Mari, recepção – Verê, ataque Renatinha, e bloqueio – Valesquinha.

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