Para ter direito de voltar a frequentar a Arena da Baixada com faixas e seu material, a torcida organizada Ultras está movendo uma ação contra o Atlético. Depois da confusão generalizada envolvendo integrantes da própria Ultras e da torcida organizada Os Fanáticos na Vila Capanema, durante um Atletiba, em 2013, que culminou com a perda de mando de jogos do Furacão, a diretoria rubro-negra decidiu proibir a entrada da facção nas suas partidas como mandante.
A primeira alegação do presidente Mário Celso Petraglia era de que a torcida não estava regularizada. Porém, segundo o vice-presidente da Ultras, Cláudio Roberto Machado, o estatuto foi regularizado em agosto e, depois disso, a organizada decidiu tomar as medidas cabíveis para poder voltar a frequentar a Arena. A ação está tramitando na 24ª Vara Cível de Curitiba e uma audiência está marcada para o dia 25 de fevereiro. Mas segundo o representante da facção, o Ministério Público concedeu uma liminar autorizando a Ultras entrar no estádio portando seus materiais.
“Regularizamos o nosso estatuto, procuramos o Ministério Público e eles nos deram uma liminar para podermos entrar nos jogos com os uniformes e portando os nossos materiais. Só que o senhor Mário Celso Petraglia acabou nos barrando novamente e não nos deixou entrar. Ele alega que por causa das brigas com a Fanáticos, nós estamos proibidos de entrar nos jogos. Mas as brigas não acontecem mais”, disparou Machado.
Ainda segundo o dirigente da organizada, neste ano, depois que o Ministério Público penalizou a torcida organizada Os Fanáticos de entrar em qualquer estádio do futebol brasileiro por seis meses devido aos incidentes ocorrido contra torcedores do Vasco, na Arena Joinville, pela última rodada do Campeonato Brasileiro da temporada passada, os representantes das duas facções compareceram ao organismo estadual a fim de selar a paz entre ambas. Por isso, um termo de conduta foi assinado e, depois disso, mais nenhum incidente aconteceu envolvendo integrantes da Fanáticos e da Ultras.
“Sentamos, conversamos e nos propusemos a cumprir o que foi acordado. Assinamos um termo de responsabilidade e está tudo tranquilo. Estamos viajando pelo Brasil para apoiar o Atlético, levamos faixas e vamos uniformizados, mas na Arena não podemos entrar. Não quisemos passar por cima da ordem do Petraglia e por isso procuramos nossos direitos. Não estamos deixando de ir aos jogos, ficamos ao lado da Fanáticos cantando e apoiando o clube. Se formos entrar no estádio com nosso material, seremos barrados pelos seguranças do clube”, detalhou o vice-presidente da Ultras.
Rixa antiga
Os desentendimentos entre o presidente Petraglia e a Ultras vem de outros tempos. Nas eleições do clube, no final de 2011, a facção não apoiou a chapa CAP Gigante e foi a favor da outra chapa, liderada por Diogo Fadel. A Fanáticos, por sua vez, prestou apoio a Petraglia e ajudou o atual mandatário rubro-negro a vencer.