Nova gestão atleticana anda cheia de contradições

Em 36 dias de mandato, o presidente Mário Celso Petraglia já conseguiu entrar em contradição quatro vezes. A primeira foi em relação às obras na Arena da Baixada. Em julho do ano passado, apresentou a proposta de gerenciamento próprio do Furacão para adequação do estádio. Prometeu que o clube comandaria as obras, não se endividaria nem colocaria o patrimônio rubro-negro em risco. Porém, já se vê obrigado a pôr o CT do Caju como parte das garantias que o BNDES exige.

No dia 4 de outubro fez uma grande festa para marcar o início das obras, mas hoje o canteiro de obras está resumido a um buraco no terreno ao lado da Baixada. Senso assim, nem imagens são permitidas. O próprio Petraglia admite que está tudo parado.”Não temos obra, só um buraco”, respondeu Petraglia, ontem, ao Paraná Online, após a reunião no Palácio das Araucárias.

Mas a contradição de maior impacto sobre a torcida aconteceu na tarde de ontem. O Atlético teve seu o jogo de estreia no Campeonato Paranaense marcado para o Germano Krüger, em Ponta Grossa. A medida deixa 18 mil sócios-torcedores na mão.

As reclamações nas redes sociais foram grandes e mesmo sócios que o escolheram para presidente não gostaram do resultado. No dia 14 de janeiro, através do Facebook, uma de suas redes favoritas de comunicação com os atleticanos, o presidente assegurou a um torcedor que não permitiria que o Atlético jogasse longe da capital. “Te garanto com toda a certeza que se necessário nos licenciaremos do campeonato estadual antes de jogarmos fora de Curitiba”, escreveu, sem conseguir cumprir com a promessa.

Só palavras

Ainda em relação ao estádio provisório, Petraglia teve outros tropeços. Já no dia da sua posse, dia 16 de dezembro, pediu ao presidente do Coritiba, Vilson Ribeiro de Andrade que não levasse em consideração as piadas sobre o Coritiba e que gostaria de entrar em um acordo para a utilização do Couto Pereira até o fim das obras na Baixada. Ao contrário do discurso, no apagar das luzes do prazo para indicação de um estádio à Federação Paranaense de Futebol, mandou um e-mail indicando o estádio rival, sem mesmo ter conversado com o dirigente alviverde. Comprou uma briga com o clube rival e perdeu a queda de braço.

E não é apenas no setor burocrático do clube que há contradições. O presidente, que na campanha prometeu um time de Série A já em 2012, e um elenco para ser campeão estadual e impedir o Coritiba de chegar ao tricampeonato, por enquanto está apenas nas palavras. Faltando dois dias para a estreia no Paranaense, nenhum reforço foi contratado e o técnico Juan Ramon Carrasco vai a campo com uma mescla dos remanescentes do rebaixamento.