Motta pede demissão da seleção feminina de vôlei

O técnico da seleção brasileira feminina de vôlei, Marco Aurélio Motta, não resistiu às pressões e pediu demissão do cargo, ontem à noite, em nota divulgada pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV). O estranho na atitude do treinador é que ao desembarcar no Aeroporto Internacional Tom Jobim, pela manhã, após o vexame da eliminação na primeira fase do Grand Prix, sábado, na Itália, ele não admitiu essa possibilidade, já fazendo, inclusive, planos para a disputa da Copa do Mundo.

“A eliminação nos deixou perplexos, mas a equipe vem crescendo e precisamos fazer alguns ajustes para a Copa do Mundo”, afirmou o treinador, ao desembarcar. Pela nota da CBV, ele disse que o “afastamento nesse momento contribuirá para amenizar as pressões que toda equipe vem sofrendo”.

Ainda na nota, o ex-técnico da seleção ressaltou que a da derrota para a Coréia, sábado, deixou evidente que “as meninas estão passando por dificuldades”. No aeroporto, o discurso de Marco Aurélio foi totalmente diferente. O treinador não admitia a hipótese de o fator psicológico estar influenciando as jogadoras na hora da decisão. “Justificar desta maneira é me eximir de culpa.”

Desde que assumiu a seleção feminina em 2001, Marco Aurélio sofreu uma série de críticas e enfrentou resistência de algumas jogadores. Ultimamente, o treinador voltou a sofrer contestações desta vez, do técnico da seleção masculina de vôlei, Bernardinho, e da jogadora Fernanda Venturini.

Uma das principais críticas ao trabalho de Marco Aurélio era o fato de ainda não ter conquistado um título de expressão à frente da equipe, enquanto a seleção masculina colecionava triunfos. Ele obteve um quarto lugar no Grand Prix do ano passado e esse ano havia conquistado a terceira colocação no Montreux Volley Masters.

O presidente da CBV, Ary Graça, dá uma coletiva hoje quando poderá anunciar o substituto de Motta. O mais cotado é José Roberto Guimarães.

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