Morre o locutor Fiori Gigliotti

Arquivo

São Paulo – ?Torcida brasileira, carinhosamente, boa tarde.? Assim ele começava sempre o seu trabalho e já ia avisando se o céu estava ?carrancudo?.

A bola rolava e ele começava a desfiar seus famosos bordões: ?Abrem-se as cortinas e começa mais um espetáculo…? era o primeiro, imutável.

Para lances dramáticos: Agüeeeeeenta coração!?

E, ao longo dos 90 minutos, ?o teeeeeempo passa!?.

Ele mesmo, Fiori Gigliotti, um digno sucessor da grande linhagem de locutores esportivos paulistas, escolheu a véspera de uma Copa do Mundo para dizer adeus ao futebol, ao rádio e aos milhares de torcedores que se acostumaram, desde os anos 50, a ouvir suas transmissões emocionadas, que ele derramava nas crônicas do seu ?Cantinho da Saudade?. Foram 59 anos de microfone, primeiro na Rádio Panamericana, depois na Bandeirantes e, recentemente, na Record e na Capital.

Internado no Hospital Alvorada, no bairro paulistano de Moema, Fiori foi submetido a uma cirurgia de intestino em decorrência de complicações de um câncer na próstata. Levado à UTI na segunda-feira, morreu aos 40 minutos de ontem. Foi sepultado às 16h, no cemitério do Morumbi. Tinha 77 anos e deixa, além da mulher, Adelaide, dois filhos e duas netas.

Nascido em Barra Bonita, no interior paulista, Fiori começou a carreira em Lins e Araçatuba, mas destacou-se na Bandeirantes ao cobrir o campeonato sul-americano de 1953. Foi titular das narrações entre 1963 e 1995 – e esteve presente em dez Copas.

Voltar ao topo