Meninos do Brasil dão outro show no Pré-Olímpico

O Brasil não se intimidou com a vitória do Chile sobre a Venezuela por 3 a 0, que deu aos chilenos a liderança temporária. Em uma apresentação contundente, a seleção pré-olímpica venceu o Paraguai por 3 a 0 e garantiu a liderança do grupo A, com um gol a mais de saldo.

A entrada de Fábio Rochemback no meio-de-campo da seleção brasileira surtiu o efeito esperado. A alteração deu mais consistência à meia e o time ficou mais ágil. O Brasil aproveitou o domínio inicial para abrir o marcador. Aos 8 minutos, Diego recebeu na área e foi derrubado por De Vaca. O próprio Diego cobrou o pênalti e abriu o marcador.

Para dificultar a vida do Brasil, o meia Elano, um dos destaques ofensivos da equipe, deixou o gramado com uma contusão no tornozelo, dando passagem a Wendell. No Paraguai, o meia Irala deu lugar a Gonzalez, dando mais poder de fogo ao adversário.

“Começamos muito bem, mas o Paraguai apertou a marcação, até com certa violência. Com isso, perdemos movimentação. Vou pedir uma maior aproximação de meio e ataque.”

A conversa de vestiário parece ter surtido efeito. O Brasil voltou mais ligado e não demorou para ampliar o marcador. Em jogada pela esquerda, Robinho foi agarrado na área por Martinez. Robinho cobrou a penalidade e aumentou o placar.

Mas o melhor ainda estava por vir. Dois minutos depois, o lateral Maicon recebeu a bola antes da linha do meio-de-campo, deixou cinco adversários para trás, driblou o goleiro e marcou um golaço.

Com o placar elástico, o Brasil encontrou a tranqüilidade necessária para fazer os seus talentos brilharem e com um belo futebol conquistou até a torcida chilena. Entretanto, o placar já estava sacramentado e os garotos do Brasil puderam dormir tranqüilos.

Argentina quer “desencantar”

Depois de um decepcionante e magro empate com o Peru na estréia, a Argentina tenta se recuperar no Torneio Pré-Olímpico do Chile. O desafio será contra a Bolívia, hoje, na cidade de Coquimbo. Outros dois times que ainda não venceram nesse grupo também jogam: Colômbia x Peru. O Equador, único que ganhou na primeira rodada, está de folga.

A princípio, a Bolívia, comandada por Nelson Acosta, não é favorita, mas entra em campo com a vantagem de conhecer o adversário – os jogadores estavam nas arquibancadas quando a Argentina empatou com o Peru.

Do outro lado, o técnico argentino Marcelo Bielsa, que lamentou as chances de gol perdidas contra os peruanos, não confirma, mas nos treinos deu mostras que depois do resultado na primeira rodada promoverá algumas mudanças na equipe. “Queremos que esta seja o mínimo que a equipe seja capaz de produzir e que daqui para frente façamos as coisas melhor” disse o treinador.

No outro jogo da rodada, o técnico brasileiro Paulo Autuori quer que o time do Peru aproveite o embalo pelo empate contra a Argentina para conseguir um resultado positivo contra a Colômbia. A única preocupação dele é com recuperação física de seus jogadores, que entraram em campo 48 horas antes.

Do lado da Colômbia a situação é desesperadora, já que o time perdeu do Equador na estréia e uma nova derrota pode acabar com o sonho de participar da Olimpíada de Atenas.

Uruguai desfalcado amanhã

A seleção brasileira sub-23 torce para que o Uruguai, adversário de amanhã no pré-olímpico, seja igual ao que foi atropelado pelo Chile (3 a 0) na primeira rodada do torneio, mas o auxiliar-técnico Cristovão Borges – que viu o jogo de quarta-feira e preparou um relatório para o técnico Ricardo Gomes -acha pouco provável que o treinador Juan Ramón Carrasco mantenha aquela fórmula.

“O Uruguai jogou de maneira muito franca contra o Chile. Duvido que entrem do mesmo jeito contra nós. Contra o Brasil, normalmente todo mundo muda o jeito de jogar e é mais cauteloso”, afirmou o auxiliar.

Cristovão concluiu que o time uruguaio é lento e pesado, o que pode ser aproveitado pelos jogadores rápidos e habilidosos que o Brasil tem na frente. Esse detalhe não é exclusividade da equipe sub-23. O técnico Ricardo Gomes viu os dois primeiros jogos do Uruguai nas Eliminatórias para a Copa de 2006 – vitória por 5 a 0 sobre a Bolívia e derrota por 4 a 1 para o Paraguai – a pedido de Carlos Alberto Parreira e tinha detectado o mesmo problema.

“Fisicamente é um time muito forte, com vários jogadores altos. Mas isso torna o time lento e o Chile soube explorar essa deficiência”, avaliou o treinador da seleção sub-23.

Outro trunfo do Brasil será a ausência do meia Ruben Olivera, principal estrela do grupo que está no Chile. O jogador da Juventus, com quem a Associação Uruguaia de Futebol tanto brigou para conseguir sua liberação, foi expulso e terá de cumprir suspensão automática.

Com Ruben Olivera de fora, o jogador que mais preocupa a comissão técnica brasileira é Horácio Peralta. “Quando o Uruguai ataca, ele joga aberto pelo setor esquerdo. E é muito produtivo”, contou o auxiliar de Ricardo Gomes.

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