Médico e técnico não se acertam. Luís Mário joga?

Luís Mário é rápido – o apelido de “Papa-léguas” é mais do que justificado. Mas ele não está conseguindo se desvencilhar da polêmica que o envolve. Por enquanto, médicos e o técnico Antônio Lopes não se entenderam, e ainda não se sabe qual será o posicionamento a ser adotado: se ele joga contra o Cianorte no domingo, ou se é poupado para a Libertadores.

Se depender de Antônio Lopes, Luís joga. “Ele quase jogou contra o Paranavaí, e como ainda tem uma semana antes do jogo tenho certeza que vai estar em campo. Eu conto com ele”, comenta o treinador, que começou a pensar no time para domingo com três atacantes. “Ele não pôde treinar, mas assistiu ao trabalho e já compreendeu o que precisa ser feito na partida.”

Para o médico Walmir Sampaio, a posição é outra. “A gente não decide nada sozinho. Existe uma posição técnica e uma médica, e nós conversamos antes de decidir”, comenta. Luís está com uma fibrose na coxa esquerda, e precisa, segundo o DM coxa, de maior fortalecimento muscular. “Não se consegue isso de um dia para o outro. Se me perguntassem qual seria o posicionamento ideal, eu diria que ele poderia voltar na partida da volta contra o Cianorte”, esclarece, citando o jogo do dia 2 de abril.

Além disso, há o pensamento da Libertadores. “Nosso medo é que se antecipe a volta e que depois percamos o Luís por mais tempo”, confessa Sampaio. Isso porque o atacante está fora há quatro partidas, e o retorno anunciado para o domingo passado acabou frustrado por causa das dores na coxa.

E Luís fica exatamente no meio do caminho. “Quero voltar, mas sei que não posso mais forçar nada. Eu estou em um momento bem legal, e não posso exigir mais do meu corpo. Só quero voltar se estiver totalmente recuperado”, resume o atacante, que já parece resignado com a chance cada vez mais clara de ficar mais um pouco fora dos jogos do Coxa.

Cautela

Luís Carlos Capixaba e Ataliba também não treinaram ontem. O volante volta hoje, recuperado de uma lesão no joelho. Já o armador torceu o tornozelo e é dúvida para a partida de domingo.

Aristizábal e as provocações

Aristizábal teve que se segurar. No domingo, ele passou por mais uma provação: nos noventa minutos (e mais alguns de acréscimos) da partida contra o Paranavaí, o colombiano foi perseguido pelo zagueiro Alex. Era como se fosse a sombra do jogador coxa, obrigando-o a tentar fugir da marcação, o que não foi fácil. Ele só teve uma chance de escapar – e no único arremate a gol que teve, Ari fez o segundo gol do Coritiba.

E o mais incrível é que o atacante avisara Alex durante o jogo. “Eu disse para ele que ele era muito chato, e que se ele desse uma brecha eu ia fazer o gol”, conta Aristizábal, premonitório. Ele chegou a se irritar com a aproximação de Alex, mas manteve a calma e conseguiu levar o jogo até o final. “Eu precisei me acalmar, e aí me lembrei que tem muita coisa pela frente, e preciso estar bem para a fase final do Paranaense”, afirma.

Ari assegura que o tempo o ajudou a manter a calma. “Depois que você chega a uma certa idade, não encara isso mais como uma guerra. Eu tenho que levar isso com tranqüilidade, porque vai acontecer sempre. Quando você atinge um ponto na carreira, se torna mais conhecido, isso acaba acontecendo sempre. Para mim é normal”, comenta.

Mas não foi assim sempre. E o exemplo mais claro foi a confusão com Tiago Soler, do Rio Branco. O zagueiro, que pertence ao Cori, foi responsável pelo acompanhamento do atacante na partida realizada no Nelson Medrado Dias, e depois de oito minutos de provocações e xingamentos, Ari foi expulso e correu risco de pegar uma longa suspensão, que acabou se resumindo em dois jogos.

Aristizábal garante que foi um caso isolado. “Às vezes a gente se irrita, é natural. Mas eu aprendi com o tempo que não adianta fazer isso. Por causa dessas coisas eu mantive a calma contra o Paranavaí”, diz o colombiano, que já marcou dois gols no campeonato paranaense. “É uma competição bem disputada, assim como todo campeonato estadual”, compara.

E ele está consciente que a vida não será mais fácil na reta final do Paranaense. “Acho que eu sempre vou ser vigiado, isso é normal. Tenho que tentar fugir da marcação, e buscar espaço para criar jogadas e concluir”, resume Aristizábal, que não esconde o desejo de ganhar mais um título. “Em um time grande como o Coritiba, a gente tem que disputar os títulos. E nossa vontade é ser campeão estadual”, finaliza.

Atenção

Contra o Paranavaí, não só Aristizábal recebeu marcação especial – Tuta, Capixaba e Tiago Santos (que substituiu Luís Mário) também ganharam ?sombras?, o que complicou o trabalho ofensivo do Cori. Esta pode ser a tônica das semifinais contra o Cianorte, mas o técnico Antônio Lopes prefere esperar. “Não adianta pensar que isso vai acontecer antes da gente analisar o adversário”, afirma.

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