Marcelo Oliveira aplica no Cruzeiro o “tempero curitibano”

Líder absoluto do Campeonato Brasileiro, com 49 pontos, sete a mais que o vice-líder Botafogo, o Cruzeiro vai caminhando a passos largos rumo ao título. Os motivos para esta boa campanha da Raposa são vários, entre eles o técnico. Velho conhecido de Paraná Clube e Coritiba, clubes que dirigiu entre 2010 e 2012, Marcelo Oliveira é quem está à frente da sensação da competição.

Natural de Belo Horizonte, o treinador voltou à sua cidade no final do ano passado. Porém, levou com ele um certo tempero curitibano. ‘A experiência que eu ganhei em Curitiba eu trago no coração. O apoio da imprensa, torcedores, essa combinação toda, e a própria cidade nos fortaleceu e deu muita experiência. A minha passagem por Curitiba foi muito boa, principalmente no Coritiba, onde fiquei um ano e nove meses e que nos capacitou a fazer este bom trabalho no Cruzeiro’, declarou.

No entanto, não foi apenas esta experiência que Marcelo Oliveira levou daqui rumo a Minas Gerais. Exceto aos funcionários do próprio Cruzeiro, toda a comissão técnica do time é composta por profissionais que trabalharam com o técnico na capital paranaense. O auxiliar Tico dos Santos e o preparador físico Juvenilson de Souza, que lhe fizeram companhia no Tricolor e no Coxa, e também o auxiliar Ageu Gonçalves, com quem trabalhou no time paranista. ‘Quando a comissão é boa e bem ajustada, ajuda muito. Facilitou também o fato que nos identificamos tambem com a comissão técnica do Cruzeiro, que é muito boa e tem ajudado muito’, apontou o comandante cruzeirense.

Além da comissão, outro que foi indicado por Marcelo para a Raposa foi o meio-campo Éverton Ribeiro. Em meio a uma constelação de atletas, mas mesmo assim considerado um dos melhores jogadores deste Brasileirão, o camisa 17 defendeu o Coritiba em 2011 e 2012, onde se destacou apenas na segunda temporada, mas sempre contando com a confiança do professor. ‘Eu indiquei o Éverton para o Coritiba. Na época, ele estava no São Caetano. No primeiro ano ele jogou menos, porque o time estava encaixado muito bem, principalmente naquele setor do meio-campo. Mas depois ele entrou no time, fez muitos gols e ajudou o Coritiba. Este ano ele cresceu ainda mais de produção, ajudando na marcação, ganhou massa muscular. Tudo isso ajuda no desempenho. Fora que aqui ele já tinha alguns amigos, como o Nilton, que deram muita força’, avaliou.

Não foi o único que Marcelo Oliveira tentou levar para a Toca. O zagueiro Émerson e o meio-campo Rafinha, que inclusive já deixaram o Coritiba, e o zagueiro Manoel e o volante Deivid, do Atlético, também foram indicados, mas os clubes paranaenses não quiseram abrir negociação. ‘Mas tenho que ressaltar que não tirei jogador de clube nenhum. São apenas negociações que sempre acontecem entre os clubes. No caso do Rafinha, por exemplo, o Coritiba não quis nem conversar’, disse o treinador.

Além dele, da comissão técnica e de Éverton Ribeiro, outros conhecidos do futebol paranaense vão em busca do título que a Raposa não conquista desde 2003. O lateral-direito Ceará, que jogou pelo Coritiba; o lateral-esquerdo Egídio e o atacante Borges, com passagens pelo Paraná Clube, e os atacantes Dagoberto e Willian, que defenderam o Atlético. Tem ainda o goleiro Fábio e o volante Henrique, que nasceram no Estado. Todos emprestam o um quê paranaense ao líder do Brasileirão.