Maratona, última chance para o índice

São Paulo  – O índice olímpico para os Jogos de Atenas é o principal atrativo da X Maratona Internacional de São Paulo, hoje, com largada em frente ao Obelisco do Ibirapuera, às 8h20, para mulheres e 9h para os homens (com TV Globo). O bloco de elite tem o objetivo de correr atrás do tempo que vale a vaga olímpica na delegação brasileira que irá à Grécia, em agosto. O prazo dado pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) para definir os três maratonistas nas Olimpíadas termina hoje.

Apesar da expectativa dos atletas brasileiros que sonham com a vaga, o técnico Ricardo D?Angelo, que treina o melhor maratonista do Brasil na atualidade, Vanderlei Cordeiro de Lima, não acredita que os homens possam concluir a prova em menos de 2h16 e as mulheres com tempo abaixo de 2h40. “Essa é uma prova lenta por causa do clima que pode variar durante a prova, com frio na largada e calor na chegada, à altitude de 800 metros da cidade, um percurso cheio de pontes e de curvas…”.

Vanderlei tem o melhor tempo do Brasil e a primeira vaga olímpica, com 2h09min39, com a vitória na Maratona de Hamburgo, dia 18 de abril, o 25.º tempo do mundo no ano. A terceira marca é de Rômulo Vagner, com 2h11min28, o tempo a ser batido em São Paulo (o segundo pré-selecionado é André Luíz Ramos). “Estou preparado para buscar a marca”, disse Genilson da Silva, vencedor da prova paulistana em 2003, com 2h16min26. “Terei de correr em menos de 2h12.” William Gomes Amorim também está entre os nomes que devem correr na frente.

Marlene Furtado tem índice olímpico (2h35min13), mas quer chegar mais perto do melhor tempo do País, de Márcia Narloch (2h29min59), que não corre em São Paulo. “Essa é uma prova difícil de se fazer o índice, mas estou bem e confiante de que posso ganhar o título.”

Os quenianos que correrão no Brasil pertencem ao terceiro time do país dos fundistas. Nenhum dos nomes confirmados para a prova masculina aparece entre os 50 melhores tempos do ano no ranking que tem 23 marcas de quenianos e nem entre os 50 melhores de 2003. A Federação de Atletismo do Quênia confirma a equipe olímpica em junho, mas estão pré-convocados Paul Tergat, recordista mundial (2h04min55); Sammy Korir, terceiro melhor tempo do ano com o segundo lugar na Maratona de Londres, em abril (2h06min49), e Eric Wainaina, medalha de bronze nos Jogos de Atlanta (1996) e de prata em Sydney (2000). A lista do Quênia está causando polêmica porque não inclui Felix Limo, que venceu a Maratona de Roterdã, dia 4 de abril, com o melhor tempo do ano (2h06min14).

Philimon Metto é o mais experiente entre os quenianos que estarão neste domingo na prova. Mas o jovem Robert Kipyego, que corre em São Paulo a segunda maratona da carreira (venceu na Índia, com 2h16min34), acha que pode vencer e disse que seu objetivo é fazer o percurso em 2h10, o que seria o recorde da corrida. A melhor marca é de Vanderlei Cordeiro de Lima (2h11min19), em 2002.

Kipyego, que treina em Kapsabet, a 400 km de Nairobi, disse que veio para ganhar, assim como sua compatriota Margareth Karie. A fundista treina em Eldorete, a 600 km da capital. Seu melhor tempo é 2h38, na Maratona da Tanzânia, mas acha que pode ser 12 minutos mais rápida em São Paulo, previsão de quem não conhece o percurso difícil das ruas paulistanas. “Não conheço o percurso, mas estou muito bem treinada. Meu objetivo é fazer a prova em 2h26”, insistiu a queniana, que compete a quarta maratona da carreira. O recorde é de Maria Zeferina Baldaia, de 2002, com 2h36min07. As quenianas pré-convocadas para Atenas são Margaret Okayo, Catherine Ndereba e Joyce Chepchumba.

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