Rio – O Maracanãzinho passou a ser o ponto de discórdia dos equipamentos para os Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio, depois que o prefeito carioca Cesar Maia fez críticas às obras de reforma, sob responsabilidade do governo estadual, e informou, inclusive, já ter um plano B, porque não acredita que o ginásio ficará pronto a tempo de receber as disputas de vôlei.
Mas, o presidente da Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro (Suderj), Sérgio Emilião, prometeu a entrega do aparelho para março, apesar dos vários problemas ainda pendentes ?Acho que não ficarão prontas. Por causa de informações que recebi de quem lá trabalha?, afirmou o prefeito do Rio. ?E já temos um plano B neste caso?.
As obras no Maracanãzinho, inicialmente previstas para serem concluídas em setembro, desde o seu início em 2003 tem enfrentado uma série de percalços. O principal deles foi a falência da construtora responsável pela reforma, fato que a deixou paralisada por 13 meses.
Atualmente, o ginásio está passando por um reforço em sua estrutura, outro problema não previsto no cronograma inicial. Só que um dos principais obstáculos ainda não foi superado: a instalação das cadeiras nas arquibancadas.
A reportagem teve acesso a seis modelos de assentos testados e nenhum deles foi aprovado. Como parte das arquibancadas passou a ter 60 cm, com um torcedor sentado não há espaço para a circulação das pessoas entre as cadeiras. No estádio do Maracanã e até em parte do ginásio, o espaço existente é de 80 cm.
?Temos 330 operários trabalhando em três turnos. Começam sete da manhã e não têm hora para sair. O trabalho também tem sido difícil porque todo o Complexo Maracanã é tombado. Então, estamos mantendo o casco do Maracanãzinho e por dentro será tudo novo?, explicou o presidente da Suderj, responsável pela administração do local. ?Vamos entregá-lo em março. Até o final do ano terminamos as obras de reforço, estrutura e depois entramos no acabamento, que será rápido?.
No total estão sendo investidos cerca de R$ 30 milhões no Maracanãzinho. Depois de concluído, passará a ter capacidade para 12 mil pessoas, placar eletrônico em forma de cubo, assentos em todas as arquibancadas, novos vestiários e uma quadra poliesportiva com capacidade para todos os esportes, desde jogos de handebol, que precisa de um espaço de 40m x 20m, a vôlei, 18m x 9m.
?É natural que um prédio antigo ao passar por reformas nos apresente surpresas. Por exemplo, tivemos que rever as arquibancadas, porque se fossem feitas como estavam, a parte nova, perto da quadra, faria com que os torcedores da parte antiga, a de cima, tivessem a sensação de a estrutura estar tremendo?, reconheceu o presidente da Suderj, que classificou de ?tática para mudar o foco? as críticas do prefeito. ?Mas tudo ficará pronto?.
Já sobre o ?plano B?, a que se referiu o prefeito do Rio, foi ignorado pelo Comitê Organizador do Jogos Pan-Americanos de 2007. Em nota, escreveu que: ?confia no cumprimento de prazos dos responsáveis pelas obras de reformas e construções das instalações esportivas para o evento multiesportivo a realizar-se entre 13 e 29 de julho de 2007, conforme compromisso assumido pelos três níveis de Governo (Federal, Estadual e Municipal). Em razão disso, o CO-RIO não trabalha com plano B para nenhuma instalação?.