Luxemburgo afirma que Keirrison lembra Evair

Keirrison virou febre no futebol brasileiro. Depois de balançar as redes duas vezes, quarta-feira, contra o São Caetano, o garoto revelado no Alto da Glória chegou a impressionantes 12 gols marcados em apenas nove jogos pelo Palmeiras.

O maior goleador do País em 2008 já é o artilheiro do Paulistão e segue firme, segundo o chefe Vanderlei Luxemburgo, a trajetória de outro grande matador com passagem marcante pelo Coritiba – Evair, que inclusive referenda a comparação.

O comentário do técnico palmeirense surgiu como resposta a Vadão, comandante do São Caetano, que comparou o K9 a outros grandes ex-atacantes como Muller e Careca.

“Para mim, o Keirrison parece mais o Evair, pelo domínio da bola, pela técnica e a presença dentro da área. O Muller, por exemplo, era mais genial, e o Careca, mais rápido”, falou o treinador, após a vitória sobre o Azulão.

A ligação pode ser encarada como elogio, principalmente pelo currículo de Evair no Palmeiras. Em quatro anos e meio de Parque Antártica, o ex-atacante venceu dois Brasileiros e dois Paulistas (1993 e 94) e uma Libertadores (1999).

Evair marcou 124 gols em 240 jogos com a camisa palmeirense e virou um dos maiores ídolos recentes do clube – embora o próprio Keirrison, aos 20 anos, mal o conheça. “Acompanhei pouco o Evair, mas meu pai falava bastante. Fico feliz, sei que foi um grande atacante, que fez história”, falou.

O Paraná-Online encontrou Evair no interior de Goiás, onde é técnico do CRAC de Catalão, líder do grupo A do Campeonato Goiano. O ex-atacante, que defendeu o Coritiba já no final da carreira, entre 2001 e 2002, concorda com Luxa.

“Tem muita coisa parecida, principalmente no começo da minha carreira, quando eu era mais veloz. Keirrison é um cara frio, que sabe escolher o canto na hora de finalizar. Não lembro de nenhum gol em que ele tenha dado um chutão”, falou.

Para Evair, além do sangue frio diante do goleiro, os matadores em geral têm outro segredo em comum. “O atacante deve ter o domínio de bola perfeito. Se domina mal, tem que fazer as coisas de forma apressada. É outro ponto forte do Keirrison.”

Até o início da carreira de Evair remete à do K9. O ex-jogador destacou-se nacionalmente aos 21 anos, em 1986, quando foi vice-artilheiro do Brasileirão com a camisa do Guarani. O passo seguinte foi a Europa (atuou quatro temporadas na Atalanta, da Itália), o que provavelmente acontecerá em breve com Keirrison.

“A adaptação é um pouco difícil, mas a passagem por um futebol mais duro me fez amadurecer. Creio que essa será a trajetória dele e vejo o Keirrison algum dia na seleção”, projeta a “matriz” da atual sensação do futebol brasileiro.