Lothar Matthäus, o futuro técnico do Atlético

A informação surgiu como uma bomba na manhã de ontem: Lothar Matthäus tem tudo para ser o novo treinador do Atlético. O campeão mundial com a seleção da Alemanha e uma das maiores personalidades do mundo esportivo veio a Curitiba para conhecer a estrutura do Rubro-Negro e foi convidado pelos dirigentes para comandar a equipe em 2006. O acordo está 99% fechado. Para vir em definitivo para a Baixada, o ex-craque precisa conversar com a família e se desligar do comitê organizador da Copa do Mundo.

Depois de chegar de mansinho na quarta-feira, elogiar toda a estrutura do Furacão e desconversar sobre a possibilidade de assumir a equipe em 2006 as coisas começaram a mudar. De uma simples visita de cortesia, Matthäus acabou passando parte da manhã e parte da tarde em reunião com o presidente João Augusto Fleury da Rocha e o presidente do conselho deliberativo Mário Celso Petraglia, na Kyocera Arena. Os dirigentes e os representantes do ex-craque alemão nem saíram para almoçar e acertaram os detalhes para a vinda do profissional.

?Ele ficou muito impressionado e está certo que o Atlético é um clube capaz de tê-lo como técnico. Lothar fez pesquisas sobre o Atlético antes de vir para cá e descobriu que seria uma boa escolha?, revelou Márcio Bittencourt, representante da empresa inglesa Stellar Group no Brasil e também do treinador. Foi Márcio quem convidou Matthäus a vir ao País e conhecer o Rubro-Negro. Daí para abrir negociações não foi difícil. O alemão veio acompanhado de seu procurador Ertan Goksu, também alemão, e as conversas foram se desenrolando ao

longo do dia.

Demorou tanto que Matthäus aproveitou o horário de almoço para conhecer a cidade. Ao lado de um funcionário do clube, ele saiu por Curitiba para ver possíveis locais para morar e até uma escola internacional para matricular os filhos. O treinador passeou pela centro da cidade, tirou fotos ao lado de torcedores do Furacão e conheceu a Boca Maldita. Mesmo com as negativas de todos os lados, o giro pela cidade dava mostras que ele estava não só sondando o clube, mas também buscando informações sobre a cidade onde ele pode vir a morar.

Para trazer a mudança de Budapeste (onde a família dele está morando atualmente) para Curitiba, ele precisa convencer esposa e filhos a mudar não só de cidade ou país, mas de continente. Além disso, ele precisa se desvincluar do comitê organizador da Copa do Mundo e recusar o convite para ser comentarista numa tevê alemã. O clube já deu um mês de prazo para Matthäus se decidir. Se o alemão topar o desafio de treinar uma equipe num futebol totalmente diferente do europeu, o Atlético terá feito a maior contratação de um treinador em todos os tempos no Brasil.

Fleury confirma proposta

A diretoria passou o dia negando, mas, com o desenrolar dos fatos e com as informações vazando de várias partes, o discurso mudou e o clube resolveu admitir a contratação de Matthäus. Como o mês de janeiro será preenchido apenas com a disputa do Paranaense e a comissão técnica já está formada e trabalhando, o clube vai esperar mais alguns dias para ter o capitão da seleção alemã campeã mundial em 1990.

?Ele veio fazer um contato conosco para sentir como as coisas são, mas se entusiasmou e admitiu discutir a possibilidade de ser o técnico do Atlético?, confirmou o presidente João Augusto Fleury da Rocha. De acordo com o dirigente, os empecilhos para uma transferência imediata são os compromissos já assumidos por Matthäus na Alemanha. ?Ele está voltando, vai conversar com a mulher, fazer um planejamento para 2006 e, talvez, quem sabe, ele volte a discutir com a gente essa questão?, apontou.
Assim, o clube vai esperar pela resposta do treinador, que deverá sair até domingo.
Se não der certo com o alemão, o clube parte para outra opção.

Uma trajetória de sucesso

Lothar Matthäus foi o maior craque da história da Alemanha após Franz Beckenbauer. Depois de brilhar como jogador no próprio país, ele passou pela Itália e encerrou a carreira no futebol dos Estados Unidos. Como técnico, não teve grande destaque e seu último trabalho foi à frente da seleção da Hungria, que não conseguiu classificar para o Mundial.

Ele começou no Borussia Moenchengladbach, mas se destacou no Bayern Munique. Passou também pela Internazionale de Milão e encerrou a carreira nos Estados Unidos, atuando no Metro Stars. Atuou a maior parte do tempo como meia armador, sempre vestindo a camisa 10. No final da carreira, jogou como líbero e repetiu o mesmo sucesso.

Na seleção alemã, o maior feito foi levantar a Copa do Mundo de 1990. Como capitão, atuou ao lado de feras como Klinsmann, Vöeller e Illgner. Alguns anos após encerrar a carreira, começou a trabalhar como treinador. No Partizan e no Rapid Viena teve passagens discretas até assumir o comando da seleção da Hungria.

Voltar ao topo