Lopes puxa o freio e arma o Coritiba mais fechado

O Coritiba vai retomar uma filosofia de sucesso nas últimas temporadas. Por mais que o técnico Antônio Lopes não admita, o time que enfrenta o Palmeiras no sábado será defensivo, assim como foi em todos os jogos fora de casa nos campeonatos brasileiros de 2002 e 2003.

A mudança é evidente na escalação de três volantes -Cacique, a novidade do coletivo de ontem, é a surpresa para a partida no Palestra Itália.

Com isso, Ataliba e Pepo terão mais um companheiro – e o setor de marcação ganha maior força.

A gente precisa acertar isso, porque esse é o nosso maior potencial, garante Ataliba, agora de cabelo raspado. Nós temos mais força na marcação, mas não seremos um time defensivo, completa Lopes.

Mas, no coletivo de ontem, o que se viu foi uma equipe que vai abusar dos contra-ataques. Outro ponto para Cacique, que ficou encarregado dos lançamentos.

Ele tem essa qualidade, e nós vamos precisar muito desse tipo de lance no sábado, explica o treinador alviverde.

Com tantos elogios, Cacique já pode se considerar escalado, apesar de Antônio Lopes ainda não ter oficializado a equipe.

Mas o técnico não assume a retranca.

Quem esperar que nós vamos jogar na defesa vai ter uma surpresa, avisa. O Coritiba vai atacar. Nós temos dois jogadores de frente (Tuta e Luís Mário) que vão para cima, e mais o Capixaba, que eu quero jogando como um terceiro atacante. Podem ter certeza que nós vamos para cima, resume. A formação do coletivo, que deve ser a do jogo, contou com Fernando; Jucemar, Miranda, Reginaldo Nascimento e Adriano; Ataliba, Pepo, Cacique e Luís Carlos Capixaba; Luís Mário e Tuta.

Faltas

A escalação de três volantes pode fazer o Coritiba manter a média alta de faltas cometidas. Nas contas do Datafolha, o time tem o maior número de infrações no Campeonato Brasileiro – média de 33,1 por jogo. Isso é normal, nós jogamos marcando forte, diz o lateral Adriano. Não é novidade, porque os times do Sul jogam assim, reitera Ataliba. A falta é um recurso do jogo, finaliza o capitão Reginaldo Nascimento.

Capixaba, o termômetro da equipe coxa

A torcida do Coritiba, a crônica especializada e o técnico Antônio Lopes têm o mesmo raciocínio: quando Luís Carlos Capixaba não rende, o Coxa não anda. Em ótimo momento técnico, o armador é elogiado por aqui e pelo Brasil. O ex-treinador alviverde Paulo Bonamigo, agora no Atlético-MG, diz que o jogador é um

Tcheco melhorado. Nesta entrevista, Capixaba fala sobre o atual momento dele e do time, e sobre a dificuldade de adaptação a Curitiba.

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– Fala-se muito na pressão do Coritiba ganhar em casa. Mas o time, por causa dos maus resultados, não está pressionado a ganhar sempre?
Luís Carlos Capixaba – A equipe tem que entrar com a obrigação de ganhar todo jogo. Há pressão dentro do grupo, porque temos que sair das últimas colocações. Por isso, temos que nos unir ainda mais, e cada um dar mais um pouco para conseguirmos chegar ao nosso objetivo, que são as vitórias.

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– Nessa união, qual é o papel dos jogadores mais experientes, como você?
Capixaba – É o de passar tranqüilidade para a equipe. Todo o grupo precisa disso, porque nesse momento as coisas não estão dando certo dentro de campo. Temos que trabalhar mais, conversar mais uns com os outros, saber de que jeito vamos jogar para melhorar a equipe. Com isso, o grupo vai ganhar.

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– Depois do jogo contra o Palmeiras, há uma parada de duas semanas. O que isso traz de bom e de ruim?
Capixaba – De bom é o fato do Antônio Lopes poder ver tudo que está sendo feito errado, para que os erros sejam corrigidos e o time esteja melhor na volta. E ruim se nós não correspondermos contra o Palmeiras, um time que vem de goleada sobre o Santos. É uma equipe motivada, e nós temos que também chegar com motivação, procurar marcar bem o time deles e conseguir a vitória.

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– Há quem diga que você está jogando mais que nos tempos de Bahia e São Caetano. Como você avalia o seu momento no Coritiba?
Capixaba – Eu procuro aprimorar dia a dia o que eu tenho de melhor, a força, a velocidade e a habilidade. Treino sempre mais e isso me faz crescer e ajudar o time.

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– E fora de campo, já se adaptou?
Capixaba – Olha, o frio é muito forte. Eu não tinha passado por isso, e ainda não me acostumei. Aos poucos eu vou conseguindo me adaptar. Minha esposa também está sofrendo e a gente acaba ficando em casa. Mas também saímos, vamos ao cinema sempre que possível. E descansando muito, para estar sempre bem para treinar e jogar.

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