?Aqui não tem titular. Tem sim jogadores que dizem presente ao meu chamado e correspondem em campo.? A frase do técnico Antônio Lopes reflete o novo pensamento do Coritiba. Apesar de não desperdiçar a base montada por Bonamigo, o treinador já começa a impor seu estilo no clube e já mexeu em alguns preceitos do ex-comandante alviverde. O momento é de disputa aberta por posições, principalmente na defesa e no meio-campo.
Isso porque, a princípio, Lopes não pretende trabalhar com improvisações. ?A regra diz que, no início de um trabalho, você precisa colocar os jogadores nas suas devidas posições?, justifica o técnico, que por esse conceito já tirou Reginaldo Nascimento da defesa. Assim, o capitão alviverde voltou a ser volante, na função que sempre jogou. ?Com o passar do tempo, isso acontece, mas você tem que usar os atletas onde eles se sentem melhor?, completa o técnico.
Sobrou para Roberto Brum, que hoje disputa posição com Nascimento – ontem, o ?Senador? substituiu o capitão no treino tático. ?Eu estou há dois anos no Coritiba e sempre fui titular. Mas acato a posição do treinador porque sei que ele pensa o melhor para a equipe?, comenta o volante. Perguntado sobre o jogador, Lopes repetiu que não há titulares no time.
Outra mudança é vista na movimentação tática da equipe. O ?Coritiba 2004? terá constante troca de posições, abertura de espaços e velocidade máxima. ?É bom, porque a gente sempre surpreende o adversário?, comenta o atacante Luís Mário, principal peça do sistema. ?Eu já me entendi com o Reginaldo Araújo e com o Capixaba e o entrosamento vai aparecer rapidamente?, garante.
E Lopes quer dos alas, principalmente, uma atuação ofensiva. ?Os dois precisam compor o meio-campo e jogar para frente?, comenta o treinador coxa. Ainda mais Adriano, que é alvo de muitos elogios do técnico – outro bastante citado é Éder. ?Ele tem uma técnica muito boa, chuta bem com os dois pés e está indo bem?, avalia.
Chegando
Para ocupar uma posição no ataque, ao lado de Luís Mário, Antônio Lopes recrutou André Nunes, um dos destaques do time júnior na Copa São Paulo. ?A partir de agora, o André vai jogar com o Luís, porque ele precisa ter, pela característica, um jogador de referência como companheiro?, explica o treinador.
Por enquanto (até ao menos Marcel voltar do pré-olímpico), André será o titular. Mais uma mudança brusca no seu caminho. ?Primeiro eu estava no time júnior e fui para Fortaleza para um jogo importante. Agora estava na Copa São Paulo e sou chamado de volta. É bom e eu fico feliz pelo apoio que me dão aqui no Coritiba?, festeja o jovem centroavante.
Fábio Júnior pode reforçar o Coxa na Libertadores
A expectativa aumenta a cada dia. Ontem, uma interminável troca de telefonemas denunciou que o Coritiba está prestes a acertar contratações para a primeira fase da Copa Libertadores. A diretoria confirma que no máximo mais três jogadores virão, e que um deles é ?classe A?, nas palavras do vice-presidente Domingos Moro.
E, pelo que se obteve das últimas conversas da diretoria, o nome de ?primeiro nível? pode ser um armador. ?Não se pode dizer nada ainda. Não temos nada certo, mas é possível que esse jogador chegue ainda esta semana?, confirma o dirigente. A possibilidade de Lúcio Flávio defender o Coxa segue real.
Além desse meia, também virão um lateral e um centroavante, que é a exigência principal de Antônio Lopes – um dos nomes preferenciais é Fábio Júnior, que disputou o Brasileirão pelo Atlético-MG. E a diretoria tenta contratar também duas revelações da Copa São Paulo: Vicente, armador do XV de Piracicaba, e Váldson, atacante do Independente de Limeira. ?São atletas de futuro, que seriam lapidados aqui?, comenta Moro.
Exigência – Continua a carga pesada de treinamentos no CT da Graciosa. Ontem, mais uma vez Antônio Lopes comandou trabalho tático pela manhã, durando quase três horas. Pela tarde, o treino foi físico, sob comando de Manoel dos Santos. Hoje, o programa é o mesmo, às 9h e às 17h.
Interesse – O lateral-esquerdo Badé pode defender o XV de Piracicaba no campeonato paulista. O jogador interessa ao clube interiorano e pode até ser usado como moeda de troca na negociação do jovem Vicente.
Confusão – Segundo o Diário Catarinense, o Avaí pode acionar judicialmente os procuradores de Éder, que fizeram negócio com o Coritiba. O jogador, que pertencia ao time catarinense, deixou o clube por causa de pendências financeiras, mas o Avaí exige um milhão de reais pela liberação.