Livre dos problemas, Washington está de volta

Um verdadeiro coração valente. Assim, o ex-presidente e atual mandatário do conselho deliberativo do Atlético, Mário Celso Petraglia, definiu a perseverança do atacante Washington. Considerado um dos melhores centroavantes da atualidade, mas com sérios problemas coronários, o dirigente atleticano se contagiou com a força de vontade do jogador para vencer mais um problema na vida e resolveu apostar na continuidade da carreira do artilheiro. Após mais de um ano entre o perigo de morte e a vontade de jogar futebol, o brasiliense pôde novamente dizer que sua vida voltou ao normal de um atleta de futebol.

Controlada a diabetes e passado o risco de novo infarto (atestado depois de vários exames e dez meses de tratamento monitorado pelo departamento médico rubro-negro), Washington pode-se considerar um vitorioso. “A vitória é toda dele. Ele me convenceu de que poderia voltar a jogar futebol e está aí, cheio de vida”, comemora Petraglia, bem ao seu estilo paizão. A aposta era de risco, mas acabou valendo a pena, quer dizer, o investimento. Quando ninguém queria o atleta, as portas do CT do Caju foram abertas para o atacante se tratar e a recompensa é uma das principais contratações para 2004.

“Quando eu quebrei a perna, disseram que eu não poderia mais jogar; quando eu descobri a diabetes, disseram que eu não poderia mais jogar e quando eu tive o problema no coração também disseram que eu não poderia mais jogar. Agora, estou aqui e pronto para mais um desafio”, dispara Washington. Vái convencê-lo do contrário. “Agora, o único problema é que acabou a folga e o trabalho é puxado, mas é bom”, brinca.

Problemas à parte, o que passou, passou, como ele mesmo diz. Em 2004, Washington quer retribuir o carinho do clube com muitas vitórias e conquistas. “A gente está feliz por estar voltando à profissão, mas o mais importante é que teve uma lição de vida. Eu acho que fica um exemplo e vamos voltar com tudo para dar muitas alegrias à torcida”, promete. Mesmo assim, ele alerta que no início não vai ser fácil. “Eu vou ficar meio sem ritmo ainda e vou usar esse campeonato paranaense para voltar ao ritmo de jogo. Não vai ser fácil. Eu estou há um ano parado e não vai ser um, nem dois meses que irão me dar condição de recuperação total”, avisa.

Impasse

O único empecilho atual para o artilheiro entrar em campo numa partida oficial é o contrato que ele tem com o Fenerbhace, da Turquia. Ele entrou na Fifa para rescindir o acerto com os turcos devido a salários atrasados e, até agora, a entidade ainda não de manifestou. “Se eles não decidirem até o dia 15 agora, eles irão me dar uma liberação provisória para eu continuar jogando enquanto eles julgam o caso”, explica.

Atlético só contrata se Alan Bahia for operado

A evolução na recuperação física do volante Alan Bahia deverá determinar o “fechamento” do elenco do Atlético na temporada 2004. O jogador está sentindo uma pubalgia e, caso tenha que ser operado, forçará o clube a buscar no mercado mais um atleta para a posição. No restante da equipe, novas contratações só devem ocorrer se aparecer uma “grande oportunidade” para o Rubro-Negro. Isso significa que o lateral-direito e o troca-troca com o Grêmio estão cada vez mais distantes.

De acordo com o presidente João Augusto Fleury da Rocha, a maior preocupação do clube é saber se Alan Bahia precisará ir para a faca ou não. O atleta está fazendo um trabalho considerado “conservador”, ou seja, tentando se recuperar de uma infecção no púbis sem passar por uma mesa cirúrgica. Se for operado, o molho será de seis meses e abrirá uma vaga no elenco.

“O elenco está praticamente fechado, mas o técnico Mário Sérgio deverá pedir um reforço”, revela o dirigente. No entanto, a contratação só deve sair em caso de necessidade de substituição de Alan Bahia ou se surgir um nome do interesse do clube. “Se aparecer uma grande oportunidade, dentro da filosofia do clube de trabalhar com jovens promessas, aí nós abriremos uma exceção”, destaca.

Assim, a contratação do lateral-direito Ruy fica cada vez mais distante. O jogador está sendo leiloado entre equipes do Brasil e exterior e ficando fora dos planos do Rubro-Negro. Já o desejo do Grêmio de contar com atletas do elenco atleticano esbarra na precária situação do time gaúcho. Sem dinheiro para investir em empréstimo e até para pagar salários dos jogadores pretendidos, o negócio também caminha para não dar em nada. Os digentes gremistas querem o meia Adriano, os laterais Alessandro e Michel Bastos e o volante Cocito.

Reunião

Essa definição deverá ser tomada na quarta-feira, quando a cúpula rubro-negra volta a se reunir em Curitiba. Até lá, as negociações devem entrar em compasso de espera. Será a primeira avaliação do grupo de jogadores e dos trabalhos. “Temos que ver também como fica a situação dos jogadores que não estão nos planos. Temos jogadores importantes e temos que definir o futuro deles”, aponta Fleury. (RS)

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