Liberação para empréstimo não depende só do Furacão

O Atlético pode ter de bancar mais que o esperado nas obras de reforma e adequação da Arena, pela urgência que se tornou a aprovação do projeto de lei que prevê o aditivo de cotas do potencial construtivo. A situação foge às mãos do clube e agora está por conta do governo municipal. O aditivo precisa ser aprovado antes do dia 4 de novembro, data limite para assinatura do contrato com a Agência de Fomento do Paraná e o BNDES para a liberação do financiamento de R$ 131 milhões. O não cumprimento do acordo, se o Atlético não oferecer outras garantias, pode colocar tudo a perder e o empréstimo ser cancelado.

Assim, se não contar com o aporte previsto no projeto de lei, o clube terá de envolver outros bens na negociação, além da hipoteca do CT do Caju. O acordo aprovado é que o clube entregue como garantias R$ 90 milhões em títulos de potencial construtivo (espécie de moeda virtual da prefeitura) e mais o CT. A alternativa seria oferecer os bens recebíveis como cota de tevê, que pode ser rechaçado pelo BNDES.

O imbróglio todo está no fato de o clube não ter mais os R$ 90 milhões para oferecer. Deste total, restam apenas R$ 60 milhões nas mãos da CAP S/A, os outros R$ 30 milhões foram usados de garantia em um empréstimo feito junto à Agência de Fomento do Paraná, em junho. O empréstimo foi necessário para o clube cumprir parte das exigências do BNDES com o investimento inicial de 25% do valor total da obra, hoje em R$ 184 milhões. Foi justamente o aumento de R$ 135 milhões para R$ 184 milhões que criou a necessidade de aumento nas cotas, que bancam a parte que cabe aos governos estadual e municipal no acordo. O documento assinado em setembro de 2010 prevê que cada uma das partes arque com um terço dos custos.

Situação, que na teoria, seria facilmente resolvida, bastando apenas a aprovação do projeto de lei do aumento das cotas por parte dos vereadores, cobrindo o “rombo” que há hoje.

Mas, apesar da urgência do caso, ainda não há data para que o projeto de lei (que prevê este aumento nas cotas de R$ 90 milhões para R$ 123 milhões) volte para a Câmara Municipal para que seja aprovada e então o clube possa cumprir sua parte no acordo que prevê a liberação do empréstimo.

O secretário municipal para Assuntos da Copa do Mundo, Luiz de Carvalho, não tem a data exata para envio do projeto de lei à casa parlamentar, mas garante que o prazo estipulado pelo BNDES será cumprido.

“Estamos avançando bastante na discussão, conseguimos chegar a denominador que esclarece tudo e tira todas as dúvidas que existiam. Todos os prazos serão cumpridos, como foram até agora. Estamos conscientes destes prazos e tenha certeza que nenhum empecilho virá atrapalhar este projeto”, garantiu Luiz.