Levir diz que a cota de erros já está esgotada

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Levir Culpi cercado pela imprensa, no CT: o time não pode mais errar.

No limite. Tal como no programa de televisão no qual os participantes davam o máximo de si para alcançar um prêmio, o elenco atleticano jogará no limite das forças para ser bicampeão.

"Erramos até onde deu. Agora para conquistarmos o título, temos que jogar no limite humano", diz o técnico Levir Culpi. As palavras do treinador já foram muito bem assimiladas pelo grupo, tanto é que o artilheiro Washington repete. "Não dá mais para errarmos. Chegamos no limite de erros e agora é dar sangue."

O discurso não poderia vir em melhor hora. Após o decepcionante empate diante do Grêmio, o Atlético entra na reta final da competição. "Terminamos um ciclo. Esses três últimos jogos representam a decisão, de fato. É a melhor de três, mesmo que seja contra adversários diferentes", diz Culpi.

Talvez por isso o compromisso de domingo, às 16h, na Arena, contra o São Caetano, ganhe proporções tão gigantescas. Não bastasse a necessidade da vitória, um resultado positivo do Furacão já coloca o Azulão fora da briga pelo título. É o chamado jogo dos seis pontos. "Fazendo a nossa parte, tiramos o São Caetano da jogada. Daí a importância dessa partida, que tem ares de decisão."

Justamente por manter esse pensamento, o treinador faz questão de dizer que o revés contra o Grêmio ficou para trás e que agora o time só pensa para frente. No entanto, não há como negar que um aspecto resultante de domingo vai refletir nos treinamentos da semana: as "famigeradas" bolas paradas. Assim como aconteceu no jogo contra a Ponte Preta, o Atlético acabou sucumbindo nesse tipo de jogada. "Iniciamos um novo ciclo, mas com a bagagem, as lições dos jogos anteriores. Em face à repetição dos erros, vamos manter na pauta de treinamentos a defesa aérea", diz. O treinador fala em manter porque desde o início do campeonato, ele dá atenção especial a esse tipo de jogada, justamente por considerá-la das mais perigosas no futebol. "Sempre treinamos esse tipo de jogada, mas é aquela história. Dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço. Ás vezes acontece do adversário estar no lugar exato e na hora certa", lamenta.

De qualquer forma, para previnir nova dor-de-cabeça e cumprir a meta de jogar no limite, a semana será recheada de treinamento defensivo de jogadas aéreas.

Uma decisão em melhor de três

Se os torcedores atleticanos dormiram com dor-de-cabeça de domingo para segunda, após ver o Atlético deixar o Colosso da Lagoa com um empate com sabor de derrota, pior para os jogadores. Protagonistas dos 3 a 3, construídos pelo Tricolor nos minutos finais da partida, alguns não conseguiram pregar o olho na noite da partida.

"Ficamos de cabeça quente pelas circunstâncias do jogo. Sair vencendo por 3 a 0, estar jogando bem e tomar dois gols no finalzinho é de doer", comentou o artilheiro Washington, que deixou o gramado do Colosso sem falar com os jornalistas. "Não dormi direito. Mas foi uma noite só. Não temos tempo para ficar nas lamentações. O negócio é bola pra frente", diz.

O zagueiro Marcão, que estava na área nos dois lances, teve ainda mais motivos para ter um ataque de insônia. "Foi tudo muito triste. Foi um sentimento de derrota por tudo o que fizemos na partida. É uma sensação tão ruim que há duas noites não dormi tranqüilo." Para Marcão, o modo como o empate aconteceu e a altura do campeonato em que o resultado se fez, serviu de lição. "Mais do que a goleada contra o Inter, acho que essa foi a maior lição que tivemos em todo o campeonato. Não dá para vacilar mais."

Entretanto, a turma garante que a poeira já foi sacudida e agora é levantar a bola para a partida contra o São Caetano – e as outras duas restantes, contra o Vasco, no Rio, e contra o Botafogo, em Curitiba. Ao contrário do que se poderia imaginar, os jogadores garante que não houve pito da diretoria. "Na verdade, houve uma conversa mais aprofundada do que o normal que fazemos às terças-feiras", garante o treinador. O tema foi a questão colocada pelo treinador do clima de decisão de campeonato, numa melhor de três. "Lógico que falamos dos erros do jogo e cada um fez seu desabafo. Mas fechamos no sentido de que agora, a decisão está ainda mais acirrada e que temos que focar no título. Não há mais o que lamentar. Temos que entrar em campo e fazer o serviço."

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