Contra a violência

Justiça oferece sistema de biometria aos clubes paranaenses

O vice-presidente do Coritiba Gilberto Griebeler e o presidente do Atlético Luiz Sallim Emed estiveram na solenidade no TJ-PR. Foto: Marcelo Andrade

Um convênio de entidades públicas, lideradas pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), deu um passo importante na luta contra a violência no futebol. Em solenidade nesta terça-feira (18), foi apresentado um sistema de biometria que está disponível para implantação nos estádios do Paraná – e também, caso haja interesse, em casas de shows ou em grandes eventos. O acordo, assinado com a Secretaria de Segurança, o Detran e o Celepar, já tem dois interessados diretos – o Atlético e o Coritiba.

Os dois clubes foram dos primeiros procurados pelo TJ-PR para a implantação do sistema – o Paraná Clube também foi procurado, mas não deu resposta. Mais adiantado no processo, pois já está cadastrando todos os seus sócios para acesso ao estádio Joaquim Américo, o Furacão se interessou imediatamente. “Isso vai ser muito importante para a segurança de toda a sociedade para que o estádio seja um local de entretenimento e de encontro das famílias. O Atlético está determinando que, a partir do dia 15 de agosto, teremos condições de fazer a biometria em todo o estádio”, explicou o presidente rubro-negro Luiz Sallim Emed.

O sistema oferecido pelo Tribunal será mais amplo que puramente uma identificação de sócios. “Através da união de esforços, colocamos à disposição dos clubes de futebol e dos demais promotores de eventos, um sistema que, sem descuidar da privacidade dos cidadãos, integra os bancos de informações biométricas e os cruza com os dados disponibilizados pelo Tribunal de Justiça, referentes a mandados de prisão em aberto ou a proibições de frequentar determinados lugares”, disse a vice-presidente do TJ-PR, desembargadora Lidia Maejima.

Isto porque o projeto criado pelo convênio público cruza os dados não só daquele que é sócio – e que em tese estaria incluído no banco de dados do clube -, mas também com os cadastros públicos. “O maior ganho é a prevenção. O indivíduo, já sabendo que o grau de exigência para que ele adentre o estádio será maior e que sua identificação será confrontada com dados policiais e judiciais, trará imediatamente um reflexo no aumento de grau de segurança dentro do evento e fora também”, disse o secretário de Segurança, Wagner Mesquita.

Entretanto, o sistema de biometria desenvolvido pelo TJ-PR não será repassado de forma gratuita aos clubes, e não se informou qual seria o investimento necessário para implantá-lo. Para o Coritiba, é uma informação fundamental, pois há o interesse, mas é preciso saber se há condições para fazer a biometria no Couto Pereira. O plano alviverde, repassado aos órgãos de segurança, é de que ainda este ano o setor das torcidas organizadas tenha o sistema instalado.

Por conta do custo, os clubes não serão obrigados a implantar a biometria. Mas há, claramente, um interesse das autoridades que isto aconteça o mais rápido possível. “Um estádio não é local para marginais, mas sim para a família de torcedores, pois o futebol é um espetáculo público e cultural, que deve antes de tudo ser um fator de agregamento das pessoas”, resumiu o presidente do TJ-PR, desembargador Renato Braga Bettega.