Emlados opostos

Juliano Tetto e Hélio Cury se distanciam na eleição da FPF

Era 2004. Então um desconhecido dirigente da Federação Paranaense de Futebol, Hélio Cury queria encerrar com o longo período de comando de Onaireves Moura. Foi quando ouviu um jovem advogado. “Eu sei como você pode ganhar a eleição judicialmente”, disse Juliano Tetto. “Ele (Moura) era inelegível por causa de uma condenação por um crime doloso e o Hélio conseguiu inscrever a chapa dele”.

Esse foi o primeiro contato entre o dirigente e o futuro fiel escudeiro, em uma relação que durou uma década. Desde que Cury assumiu a FPF, em novembro de 2007, o advogado também foi sinônimo da entidade que rege o futebol estadual. Agora que está do outro lado da disputa, na chapa de oposição encabeçada por Ricardo Gomyde, garante que não tem a caixa-preta do antigo chefe, mas dispara contra quase tudo que foi feito na atual administração.

Depois de lançar candidatura própria, Tetto se juntou a Gomyde porque, nas próprias palavras, “dividir a oposição facilitaria a vitória da situação”. O problema que indeferiu a candidatura do grupo “FPF Forte para todos os filiados. Oposição de verdade”, no entanto, foi ajustado justamente por ele.

A regra de legitimidade exige no mínimo 30 assinaturas para a inscrição de qualquer candidato a oposição teve 19. Tetto se defende citando inúmeras desfiliações que reduziram o número de eleitores de mais 100 para 59. “Se você perguntar se eu pensei que ele (Cury) poderia reduzir o número de clubes, eu respondo que não. Porque não é objetivo da FPF fazer desfiliações em massa e acabar com o futebol no interior”, dispara o ex-fiel escudeiro, que agora procura brechas na Justiça para repetir com Cury o que afirma ter feito com Onaireves.
Ontem, Tetto ingressou com ação na 23ª Vara Cível de Curitiba pedindo a reforma da decisão do Conselho Eleitoral que indeferiu o registro da chapa de oposição, solicitando que sua candidatura seja homologada antes da Assembleia Geral prevista para sábado. Ele também orientou clubes impedidos a acionar a Justiça comum.

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