Jornalistas apostam no English Team

Yokohama (AE) – Apesar de ter feito 13 gols e vencido os quatro jogos que disputou, a seleção brasileira não convenceu a mídia internacional, ao contrário do que vem dizendo o técnico Luiz Felipe Scolari. Para a grande maioria, o time não tem esquema tático e só consegue os resultados por causa de talentos individuais, como Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho.

O Estado colheu opiniões de 55 jornalistas que fazem a cobertura do Mundial de países como Itália, Espanha, Argentina, Holanda, Indonésia, Nigéria, França e Bélgica sobre a partida de amanhã, contra a Inglaterra, pelas quartas-de-final da Copa. E 33 apostam na equipe européia como vencedora, ou 60% dos ouvidos. O Brasil obteve 22 votos.

“O Brasil tem ótimos jogadores, mas não tem uma equipe, não tem esquema, é um catadão”, comentou o argentino Sergio Levinsky, do jornal El Mundo, da Espanha. “Até agora, enfrentou apenas um adversário um pouco mais difícil, que foi a Bélgica, e, mesmo assim, passou sufoco e foi ajudado pela arbitragem.”

A desconfiança em relação à seleção deve-se principalmente à fragilidade da defesa. O ataque marcou vários gols, mas contra rivais frágeis, e os zagueiros, mesmo sem grandes adversários, vêm tendo muitos problemas. “A Inglaterra tem um time organizado e o Brasil, apesar de contar com três craques na frente, tem falhas no meio-de-campo e uma defesa muito instável”, opinou o holandês Christiaan Ruessink.

O belga Erik Lilois, da RTBF, crê que a habilidade do trio de ataque brasileiro vai fazer a diferença, mas seu compatriota Patrice Sintzen, de La Gazzette des Sports, acha que os sul-americanos terão grandes dificuldades. “Se jogarem como contra a Bélgica, perdem”, disse Patrice.

A imprensa inglesa nunca esteve tão otimista quanto agora. Alguns veículos de comunicação enviaram mais repórteres para cobrir os últimos dias da Copa. Estão certos da vitória amanhã. No Japão, o clássico Brasil x Inglaterra é encarado como uma final antecipada. É desse modo que as emissoras de televisão e os jornais definem a partida. Ninguém acredita que uma dessas seleções possa ser superada por Espanha, Coréia, Senegal, Estados Unidos, Turquia ou até mesmo Alemanha. A Itália que na visão de boa parte dos jornalistas poderia ser um rival à altura, foi eliminada.

Muito mais do que Beckham

Wagner Vilaron e Silvio Barsetti

Hamamatsu

(AE) – Os jogadores da seleção brasileira têm pelo menos duas certezas para o jogo de amanhã contra a Inglaterra. A primeira é que o armador David Beckham pode, de fato, desequilibrar uma partida. A segunda é que a Inglaterra está longe de ser uma equipe dependente de apenas um jogador. Na delegação do Brasil existe um consenso. Todos reconhecem que o futebol inglês evoluiu de maneira considerável nos últimos anos. Assim, com mais toque de bola, vai afastando, aos poucos, a imagem de truculência e cruzamentos de bolas altas na área.

Por isso, quando se fala em Beckham, os atletas brasileiros procuram falar com respeito, mas nada que exija marcação especial. “É preciso lembrar que no time deles temos o Owen e o Heskey, que estão entre os melhores”, afirmou Roberto Carlos. “Se nos preocuparmos apenas com esse ou aquele, sempre vai existir um livre que pode definir a partida.” Para o zagueiro Edmílson, o time inglês destaca-se do brasileiro pela forma mais aguerrida de jogar. E o centro das ações do adversário, não se concentram em Beckham, mas em Heskey.

“As jogadas são no Heskey”, observou. “A equipe da Inglaterra mostrou uma pegada muito forte. Precisamos igualar nesse ponto e superar com a técnica.”

Já o goleiro Marcos se eximiu de comentar sobre os adversários. Preferiu citar atletas de seu time. “Se eles (ingleses) contam com Owen e Beckham, nós temos Ronaldo e Rivaldo”, disse.

Para Roberto Carlos, nem mesmo o jogo aéreo da Inglaterra é motivo de preocupação. “Temos também jogadores altos que vão marcar essas jogadas”, garantiu.

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