Jornal inglês promete mais denúncias do escândalo na F1

A Fórmula 1 mal se recuperou do longuíssimo escândalo de espionagem de 2007, que começou em julho e só foi terminar em dezembro, e parece que o mais novo bafafá da categoria vai longe, também. O tablóide inglês News of the World, que no domingo passado revelou fotos e vídeos (em seu site) do presidente da FIA em uma animada orgia sadomasô, promete mais para amanhã.

Max Mosley, o principal dirigente do automobilismo mundial, já assumiu que era ele mesmo o flagrado em cenas constrangedoras, apimentadas por referências nazistas – ele falando alemão, fazendo o papel de um ?comandante?, as meninas vestidas de prisioneiras de campo de concentração. Pelo menos, não negou. Está se agarrando, em sua defesa, no que considera uma ?absurda invasão de privacidade? por parte do jornal, que será processado.

Anteontem, quatro montadoras pediram, oficialmente, que ele se afaste da presidência da FIA. Honda, Toyota, BMW e Mercedes, que mantêm equipes na F1, acham que Mosley feriu a liturgia do cargo e que a FIA não pode ser comandada por alguém que ?dá maus exemplos?. Alguns pilotos, como Lewis Hamilton, Rubens Barrichello e Nico Rosberg, fora das entrevistas coletivas oficiais, acham o mesmo. O brasileiro disse que o comportamento de Mosley foi ?ridículo?.

Voz solitária na defesa do dirigente foi a do baladeiro Kimi Raikkonen, da Ferrari, atual campeão mundial. ?Ninguém tem nada que se meter nesse assunto?, falou o finlandês, conhecido por suas bebedeiras com amigos nas férias e por ter se vestido de gorila numa festinha no ano passao, devidamente registrada por câmeras de ?paparazzi?.

O segundo capítulo do escândalo, que pode ser batizado de ?Pornomax?, será divulgado amanhã nas páginas do jornal. É o que se comenta no Bahrein, onde ontem começaram os treinos para a terceira etapa do mundial, com domínio da Ferrari (Massa em primeiro, Raikkonen em segundo). Domínio esperado, já que o time de Maranello, ao lado da Toyota, treinou por seis dias no circuito desértico de Sakhir, em fevereiro.

Além das montadoras, também o Adac, o automóvel clube da Alemanha, veio a público para pedir a saída de Mosley. É uma manifestação de peso. O presidente convocou uma assembléia da FIA para Paris, que vai ser agendada para, no máximo, 45 dias. Fará sua defesa diante de mais de 200 representantes de confederações nacionais. Ele já avisou que não vai abandonar o cargo. Mas pode ser que seja aberto um processo de impeachment que, por ser muito desgastante, resulte em sua renúncia. O mandato de Mosley termina no fim do ano. Novas eleições para a FIA estão marcadas para outubro.

Voltar ao topo