Situação complicada

Jogadores do Paraná Clube ameaçam cruzar os braços

O ultimato dado pelos jogadores do Paraná Clube para a diretoria efetuar parte de salários de atletas e funcionários, termina hoje. Há uma semana, através de um comunicado, o capitão Lúcio Flávio ressaltou que caso não ocorra o pagamento, os atletas irão tomar algumas medidas e uma paralisação das atividades pode acontecer a partir de quarta-feira.

Ontem, o elenco esteve reunido com o Sindicato dos Atletas, na Vila Capanema, e o grupo passou as dificuldades encontradas desde o começo do ano. Há casos de jogadores sem receber em 2014 e atletas com três, quatro, cinco, até sete meses de atrasos salariais.

O Sindicato entrou em contato com o Paraná Clube com o presidente Nivaldo Carneiro – o ex-jogador de Atlético, Maringá e Coritiba e hoje comentarista da RPCTV. A conversa foi considerada positiva e a diretoria informou que está procurando solucionar as dificuldades. “Eles prometem arranjar uma solução, pode não ser total, mas saí confiante da conversa. A diretoria acabou mostrando as atitudes que estão tomando para resolver o problema, inclusive o pagamento para os próximos dias”, disse Nivaldo Carneiro.

A decisão de parar ou não de treinar será decidida pelos atletas depois de ouvirem as explicações do sindicato. “Desde que a proposta não satisfaça, os jogadores podem fazer a greve e até mesmo deixar de jogar. Os casos de outros clubes que não entraram em campo ou perderam por WO despertou o interesse dos jogadores do Paraná Clube”, afirmou Carneiro.

A diretoria busca regularizar os salários, mas com o número excessivo de atletas e funcionários, a direção trata o caso de maneira interna. “Estamos viabilizando situações para evitarmos qualquer tipo de paralisação. Para isto, está tendo muito esforço da nossa parte e envolverá diálogo e negociação com os interessados”, disse Celso Bittencourt, vice-presidente de futebol.

Contexto

Na sexta passada, por conta dos salários atrasados, os jogadores do Grêmio Barueri se recusaram a enfrentar o Operário-MT pelo Campeonato Brasileiro da Série D. O jogo terminou com WO a favor dos mato-grossenses e com os atletas do Operário se deitando no gramado num protesto por “um capítulo triste do futebol brasileiro”, como afirmou o treinador da equipe Eduardo Henrique.

No dia seguinte, o Bom Senso FC divulgou uma nota se solidarizando com os jogadores do Barueri. “Este é apenas mais um, dentre tantos casos, em que os compromissos firmados em contrato com os profissionais não são cumpridos”, dizia a nota. Um dos líderes do grupo, o lateral Ruy Cabeção, titular do Operário-MT, foi mais incisivo. “A atitude dos jogadores do Barueri tem que entrar para a história e ser muito valorizada. Gostaria de parabenizá-los e espero que seja um marco para o futebol brasileiro”, disse ele.

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