IBSA oficializa uso da bola brasileira

As bolas com guizo, produzidas pelos detentos da Prisão Provisória de Curitiba (Ahu), usadas por deficientes visuais em jogos de futebol (salão ou society), foram oficializadas por uma comissão da IBSA (International Blind Sports Association Associação Internacional de Esportes para Cegos), e serão utilizadas nas Paraolimpíadas de 2004, em Atenas (Grécia). A decisão foi tomada neste fim de semana, quando aconteceu a reunião em Curitiba.

A comitiva, composta pelo espanhol Carlos Campos (diretor), pelo colombiano Enrique King, pelos franceses Julian Zelela e Emmanuel Quesseveur, pelos italianos Remo Breda e Lucina Bianchin, e pelo brasileiro Antônio Menescal (presidente da Associação Brasileira de Desportos para Cegos), permaneceu em Curitiba até ontem. Além de avaliar a bola com guizo, confeccionada através do programa “Pintando a Liberdade”, os representantes da IBSA também mostraram-se interessados no projeto.

“A decisão superou nossas expectativas. Além de oficializá-la para as Paraolimpíadas de 2004, a bola paranaense agora será a única no mundo autorizada para campeonatos oficiais. A que era feita na Espanha continuará reconhecida pela IBSA, mas a bola oficial da entidade passará a ser a produzida no Paraná. O próprio representante espanhol no comitê votou pela utilização da bola feita aqui”, informou o coordenador do programa “Pintando a Liberdade”, da Paraná Esporte, Roberto Canto.

A estréia em competições internacionais da bola com guizo do “Pintando a

Os motivos

“A decisão de oficializar a bola feita no Brasil é uma questão de bom senso. Além do aspecto humanitário e social do projeto, a bola feita no Paraná tem boa qualidade, é viável economicamente, feita com bom material e tem ótima sonoridade”, explicou Julian Zelela, representante da França no subcomitê da IBSA.

O italiano Remo Breda foi outro que ressaltou as qualidades do produto e do projeto. “Devo destacar a importância social do projeto, que ressocializa os detentos e devolve a auto-estima dos deficientes visuais”, afirmou.

O colombiano Enrique King definiu o “Pintando a Liberdade” como espetacular. “É um exemplo digno de ser copiado.” King ressaltou ainda a sonoridade como diferencial da bola com guizo, “desde o som até a perfeição da esfera, que é uniforme.”

“No Brasil, essa qualidade já era reconhecida. Agora, outros países poderão conhecer o produto”, comemorou o paranaense Mário Sérgio Fontes, diretor do Centro Paranaense Paradesportivo de Deficientes Visuais.

Voltar ao topo