Guga atropela Arazi em Paris

Gustavo Kuerten fez o jogo certo. Numa partida taticamente perfeita, conquistou a mais tranqüila vitória de sua vida em Roland Garros, ao ceder apenas dois games para o talentoso marroquino Hicham Arazi. O resultado de 6/1, 6/0 e 6/1 serve como uma espécie de aviso: Guga está na luta pelo título de Roland Garros. Agora, vai em busca de uma vingança em cima do argentino Gaston Gaudio, para quem perdeu recentemente na primeira rodada de Roma, e terá a revanche amanhã, em Paris, valendo vaga para as oitavas-de-final.

O Brasil vai estar em quadra hoje, na número 7, com Flávio Saretta, diante do espanhol Galo Blanco. O jogo deve começar por volta das 9h30, horário de Brasília, e será o primeiro encontro entre estes dois tenistas. Sarettinha vem de uma conquista histórica, ao ganhar do russo Yevgeny Kafelnikov, enquanto Galo Blanco saiu do qualifying e logo na estréia da chave principal eliminou um dos favoritos, o seu compatriota Alex Corretja.

Para Guga, esta vitória sobre Hicham Arazi significou o seu reencontro com a regularidade. Manteve o mesmo nível de jogo do começo ao fim. Agiu taticamente correto ao colocar muitas bolas altas no fundo de quadra, tirando do adversário a opção que mais gosta: bater na altura da cintura, onde Arazi sabe fazer tudo com uma raquete na mão. Sem poder colocar seus golpes como gosta, acabou errando muito e o resultado foi inédito para Guga, em Roland Garros. Até então, havia perdido três games para Andreas Vinciguerra em 2000, com parciais de 6/0, 6/0 e 6/3; antes, em 1999, tinha ganho do francês Charles Auffrauy por 6/0, 6/2 e 6/2.

“Acho que está chegando a hora de comer a sobremesa, depois de tanto trabalho”, disse Guga. “Fiz o jogo que precisava. Entrei em quadra com um plano e tudo deu certo, além de ter conseguido manter o ritmo do começo ao fim da partida.”

O próprio Guga admitiu, porém, que esperava um jogo mais complicado diante de Arazi. “Mas a chave foi não deixá-lo jogar. E com certeza este resultado foi como um empurrão, uma motivação extra que a gente sempre tem em Roland Garros.”

Teatro

Satisfeito com o desempenho de seu pupilo, depois de muitos treinos, o técnico Larri Passos comparou o tênis a um teatro, onde o tenista é o ator e o treinador o diretor. “Ensaiamos bastante e tudo aconteceu como havíamos ensaiado”, comparou Passos. “Agora, depois desta bela apresentação, acho que o Guga deve desfrutar deste momento.”

No palco de Roland Garros, o argentino Gaston Gaudio mostrou que vai ser um adversário difícil para Guga, na próxima rodada. ontem passou pelo francês Olivier Mutis por 6/2, 1/6, 6/2 e 6/2. Enquanto Lleyton Hewitt voltou a sofrer ao derrotar o russo Nikolay Davydenko por 6/3, 4/6, 6/3 e 7/6 (7/5); o campeão do ano passado voltou a precisar de cinco sets para seguir no torneio ao vencer Radek Stepanek por 6/3, 5/7, 6/4, 3/6 e 6/4; Juan Carlos Ferrero nem precisou se esforçar, pois seu adversário, Nicolas Massu, desistiu quando perdia por 6/3 e 3/0.

No feminino, Venus Williams perdeu um set, mas superou a australiana Evie Dominikovic por 6/3, 4/6 e 6/2.

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