Guga ajuda a viabilizar projeto para o tênis nacional

Pela primeira vez, alguns dos principais tenistas do Brasil – jovens e nem tão novatos assim – terão tranquilidade para planejar o calendário de torneios, viagens e os treinamentos. Quem garante é Gustavo Kuerten, ex-número 1 do mundo e tricampeão de Roland Garros. Guga foi o elo que conseguiu viabilizar a um projeto que circula há anos na Confederação Brasileira de Tênis (CBT) e nunca havia saído do papel: uma espécie de centro de referência nacional para o esporte.

Larri Passos, ex-técnico de Guga, será o coordenador técnico de projeto que fará a distribuição de uma verba de quase R$ 2,8 milhões anuais a 15 tenistas, anunciados nesta quinta-feira. Os atletas, desde juvenis a profissionais em ascensão, terão apoio logístico e estratégico de quem já esteve no topo. Guga viabilizou a proposta atraindo patrocinadores – pouco mais de R$ 2 milhões virão de convênio entre Ministério do Esporte, Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e CBT. Os Correios completam o valor. A empresa funcionará como o “cérebro” do projeto.

“No documento do projeto, meu nome é simbólico. Minha função é tentar dar confiança e harmonia para os treinadores, ser alguém que vai dar segurança e trazer um know-how para eles”, diz Guga, que conquistou seu último título de Grand Slam em 2001 e viu uma década ser praticamente perdida sem apoio ao esporte. “A tentativa é resgatar toda minha história e encontrar um jeito de apoiar treinadores e jogadores. Da mesma forma que não faço nada, faço de tudo um pouco neste planejamento”.

Guga chega até a entrar em contato com os jogadores do circuito para que os jovens do projeto façam intercâmbio com eles. Nesta semana, durante o US Open, o juvenil Tiago Monteiro treinou três dias seguidos com Rafael Nadal em Nova York devido ao apoio do ex-número 1 do mundo. “A gente quer que os jogadores brasileiros se sintam acolhidos e tenham trânsito no circuito, treinem com os melhores, se espelhem neles. É isso que faz a diferença a longo prazo”, explica Guga.

Marcus Vinícius Freire, superintendente executivo do COB, vai mais longe. Segundo o dirigente, o projeto só foi possível por causa de Guga. “Ele está sendo humilde quando diz que seu envolvimento é simbólico. Ele foi o elo de ligação de todas as pontas. Sem o Guga, sua credibilidade e seriedade, não teríamos conseguido fazer nada”, aponta.

OS TENISTAS – O projeto conseguiu convencer até Christian Lindell, que tinha apoio da Suécia e jogava pelo país, a voltar para o Brasil. O tenista de 19 anos, 311º do ranking mundial, está entre os 15 que receberão apoio, poderão treinar com a equipe brasileira nos principais torneios do mundo e fazer temporadas de treinamento na academia de Larri Passos em Camboriú (SC). O melhor colocado no ranking mundial é João Souza, o Feijão, que entrou no top 100 – é o 90º – nesta temporada.

“Não vamos centralizar. Os tenistas que não treinam comigo continuarão com seus treinadores. Mas vou fazer acompanhamento deles no circuito com minha equipe e até recebê-los para treinar de vez em quando na minha própria academia”, explica Larri Passos, que foi às lágrimas durante o anúncio do projeto. “É algo que a gente sempre sonhou. Sempre trabalhamos com pouco apoio, mendigando apoio, agora vai ser diferente”.

Confira a lista dos tenistas que integrarão o projeto:

João Souza (Feijão) – 23 anos (90º do mundo)

Rogério Dutra Silva (Rogerinho) – 27 anos (114º do mundo)

Christian Lindell – 19 anos (311º do mundo)

Guilherme Clezar – 18 anos (361º do mundo)

Tiago Fernandes – 18 anos (411º do mundo)

Thiago Monteiro – 17 anos (5º do ranking mundial juvenil)

João Sorgi – 17 anos (15º do ranking mundial juvenil)

Bruno Santana – 18 anos (20º do ranking mundial juvenil)

João Walendoswski – 16 anos

Silas Cerqueira – 15 anos

Orlando Luz – 13 anos

Ana Clara Duarte – 22 anos (254ª do mundo)

Teliana Pereira – 23 anos (307ª do mundo)

Beatriz Maia – 15 anos (já fez seus primeiros pontos no circuito profissional)

Ingrid Martins – 15 anos

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