Goleiro do Operário parte pra porrada contra treinador

Contrariedade é uma reação normal de jogadores de futebol afastados de seu time. Mas o goleiro Marcos Barreto, do Operário, de Ponta Grossa, levou ao extremo sua indignação: agrediu o técnico Valmir Martins, que foi parar no hospital. Mesmo aclamado pela torcida e com bom desempenho em campo, o goleiro, que tinha histórico de indisciplina, acabou demitido.

A encrenca começou antes do treino de terça-feira.

O técnico chamou a atenção de Marcos por supostamente tentar interferir na definição do capitão do time. ?Discutimos e ele tentou me agredir. Só me defendi para não piorar o clima?, contou Valmir.

A diretoria soube da história e optou por uma leve punição: Marcos ficaria no banco de reservas contra o Foz do Iguaçu, quarta-feira à noite – afinal, o goleiro ficou mais de 400 minutos sem tomar gol e era considerado um dos principais jogadores do time.

Mas na manhã de quarta-feira, o nome do goleiro sequer apareceu entre os relacionados para a partida. Marcos, de quase dois metros de altura, topou com o treinador no portão de entrada do estádio Germano Krüger e já chegou descendo o braço. Os dois se agarraram e Valmir caiu, batendo a nuca numa pedra. O técnico desmaiou e o próprio goleiro teria avisado funcionários do clube que ?um senhor? estava caído no estádio.

Orientação por celular

Levado a um hospital da cidade, o técnico ficou em observação até a tarde de ontem, pois corria risco de ser submetido a cirurgia caso o ferimento formasse um coágulo cerebral. Mesmo no leito do hospital, porém, garante que não ficou parado. ?Dei instruções ao meu auxiliar pelo celular e falei com os jogadores no vestiário, através do viva-voz?, contou Valmir, que é de Curitiba, trabalhou nos infantis do Paraná Clube e esteve, por último, na Desportiva-ES.

A estratégia deu certo – o Fantasma bateu o Foz por 2 a 1 e assumiu o 3.º lugar da Segundona estadual.

Marcos, que atuou em clubes do interior de São Paulo e disputou o último Campeonato Mineiro pelo Democrata, de Sete Lagoas, já havia aprontado no Operário. No ano passado, fora dispensado pelo então técnico Ricardo Pinto por brigar com uma cozinheira, que o repreendeu por entrar de chinelos no refeitório.

E, há duas semanas, trocou sopapos dentro do ônibus do clube com o atacante Fumaça, antes do jogo com o Sport Campo Mourão.

Perdão

Dois dias depois do episódio, o técnico disse que não levará o caso à polícia. ?Prefiro perdoar o cara. Há pessoas despreparadas, mas não adianta levar a coisa pra frente?, disse Valmir, garantindo que comandará o time contra o Francisco Beltrão, no sábado.

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