Givanildo faz um cara a cara com atletas e cartolas

Problemas emocionais? Isso é trabalho para o ?Cabeça de Navio? resolver. Desde que chegou ao CT do Caju e assumiu o comando do Atlético, o técnico Givanildo de Oliveira implantou seu método sério e direto. Com ele, é na lata. Sem rodeios, e mesmo com o apelido esquisito, fala abertamente com jogadores e com a diretoria sobre o que quer do Rubro-Negro e garante que os maus resultados nos jogos contra a Adap e Volta Redonda não vão influenciar a seqüência da temporada.

?Essa preocupação (com a cabeça dos atletas) está começando a acabar. Porque a minha maneira de trabalhar é muito direta e não gosto de ficar cercando para falar as coisas?, aponta Givanildo. Para ele, é assim. Cara a cara com os comandados para não deixar que problemas externos interfiram dentro de campo. ?Futebol tem que ser por aí, até com a direção, para que a gente possa fazer um trabalho limpo e isso ajuda no futebol. A gente passa a se entender e leva isso para o campo?, destaca.

Pela filosofia do pernambucano, o que passou, passou. ?Os jogadores não podem ficar vivendo de derrota, como não se vive de vitórias. Não adianta viver só de dizer que foi campeão, tem que ser, ganhar e começar desse jogo?, projeta. O próximo compromisso do Furacão será o Voltaço, na quarta-feira (dia 5 de abril), no Estádio Joaquim Américo. Para classificar para as oitavas-de-final da competição, o time da Baixada precisa vencer por 1 a 0 ou por dois gols de diferença. Se ganhar por 2 a 1, a decisão vai para os pênaltis e qualquer outro resultado a vaga será do time do Rio de Janeiro.

Por enquanto, a equipe fica no treinamento físico aos cuidados do preparador Wellington Vero. Isso porque Givanildo foi cuidar da esposa, que deve ser operada hoje em Recife. O treinador promete estar de volta amanhã para comandar mais um coletivo e começar a esboçar o time que ele vai colocar em campo. A tendência é de que ele use o 4-4-2 e promova Cléber à condição de titular. Nos demais setores, as mudanças devem se concentrar na entrada de Fabrício na meia.

Atlético agora ?bate-boca? com o alemão pela internet

O que será que aconteceu para a saída intempestiva de Lothar Matthäus do Atlético? Depois de usar a desculpa de problemas familiares inadiáveis para voltar à Europa, de dizer que se demitia do Rubro-Negro por amor aos filhos e à esposa,

o alemão agora diz outra coisa completamente diferente. Em entrevista à agência de notícias DPA, o ex-técnico do Furacão aponta ?coisas inaceitáveis? para vazar da Baixada. A diretoria não comenta o assunto, mas colocou na internet contas de celulares supostamente usados pelo alemão.

?Não houve problemas familiares. Aconteceram algumas coisas lá que eu não podia aceitar?, disse Matthäus à agência germânica, sem entrar em detalhes. Na mesma tacada, falou que estava se adaptando ao Brasil e que poderia ter seguido no cargo com bons resultados. ?Vi que posso trabalhar com a mentalidade dos jogadores, mas nem tudo à volta funcionou conforme o esperado?, apontou. O que não teria funcionado é um mistério que ainda não veio à tona.

Em cinco semanas de permanência em Curitiba, o alemão conquistou tanto sucesso em campo quanto aprontou fora dele. Foram oito jogos, com seis vitórias e dois empates, além da classificação na 1.ª fase da Copa do Brasil. Fora dos gramados, gerou assunto nas rodinhas de fofoca. Andou se estranhando com um fotógrafo na entrada do hotel onde estava hospedado e acabou tomando um soco. As imagens do circuito interno fizeram sucesso mostrando o tombo do ex-capitão da seleção da Alemanha.

Mas não foi só isso. Deu ataque histérico nas Cataratas do Iguaçu após a partida contra o Francisco Beltrão, abusou do mau humor onde esteve e foi flagrado em uma boate dançando. Sem contar que algumas fontes ainda dizem que ele não recebeu o salário prometido, nem quis se submeter a ?pedidos? dos dirigentes para escalar esse ou aquele jogador. No Atlético ninguém fala sobre o assunto, mas Matthäus diz que quer descansar até meados do ano, quando pretende assumir uma nova equipe.

Pistas

No sítio www.atleticopr.com.br, a diretoria do Atlético revelou duas contas de telefones celulares que teriam sido usados por Matthäus no Brasil. Elas somam R$ 13.007,62, que o clube diz que o alemão teria que bancar, mas não teria pago. Mas, no próprio documento, há identificação de débito automático. O clube insinua que nelas possam ser encontrados alguns motivos para a saída do treinador. Não foi revelado, no entanto, para quem ele andou ligando, se é que ligou.

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