Ginástica está em busca de sucessora para Comaneci

Atenas (AE) – Desde 1896, o início da era moderna dos Jogos Olímpicos, apenas 33 países conseguiram ao menos uma das 1.358 medalhas distribuídas pela ginástica artística. E nesse pouco mais de um século foi a antiga União Soviética a conquistar mais resultados, com um surpreendente Japão em segundo lugar no total de medalhas, à frente de Estados Unidos, Romênia, Suíça, Hungria e antiga Alemanha Oriental, Itália e China empatadas em oitavo lugar, e Alemanha, depois da reunificação.

Nesta Olimpíadas de Atenas, o Brasil estará tentando entrar nesse grupo, com o solo de Daiane dos Santos, atualmente a líder do ranking mundial no solo graças à explosiva força de suas pernas, o que permite à gauchinha realizar movimentos que ainda deixam atônitas suas maiores adversárias.

Daiane já entrou para a história mundial do esporte com um de seus movimentos, o twist duplo carpado, devidamente registrado oficialmente como “Dos Santos” pela Federação Internacional de Ginástica. Mas já alcançou outro, ainda mais difícil, o “esticado”, quando voa e rodopia com as pernas retas. E se a brasileira apareceu para o mundo no Mundial de Anaheim/2003, nos Estados Unidos, há muitas outras ginastas que entraram para a história do esporte.

Larissa Latinina, ucraniana nascida em 1934, conseguiu 18 medalhas (nove de ouro, cinco de prata e quatro de bronze) de 1956 até 1964, para a União Soviética. Vera Caslavska, checa, brilhou entre 1964 e 1968, quando foi forçada a deixar a capital de seus país ao declarar seu apoio aos checos contra os soviéticos, na Primavera de Praga. As duas foram as únicas a ganhar dois ouros olímpicos consecutivos no geral da ginástica artística em Olimpíadas. Caslavska ainda foi prata com sua equipe em Roma/60, Tóquio/64 e Cidade do México/68.

Mas foi a romena Nádia Comaneci que fez a ginástica maravilhar o mundo, com as primeiras nota 10 – a perfeição – do esporte nas Olimpíadas de Montrealo/76. Foi campeã sete vezes nas paralelas assimétricas e na trave. Naqueles Jogos, somou seis medalhas, três de ouro na competição individual, paralelas assimétricas e e barra fixa. Também foi prata no geral individual e bronze no solo. Nádia foi a mais jovem ginasta a conquistar um ouro no geral individual de toda a história olímpica.

Chegou a competir em Moscou/80, quando foi ouro no solo e na trave, além de prata no geral individual e no geral por equipes. Da Alemanha Oriental, Olga Korbut chegou a três ouros e duas pratas. Em Munique/72, foi ouro no solo e no geral por equipes, prata nas paralelas assimétricas. Em Montreal/76 foi novamente campeã por equipes e prata na barra fixa, atrás de Nádia Comaneci. A russa Nelli Kim somou cinco ouros em Montreal/76 (barra fixa, solo e por equipes) e Moscou/80 (solo e por equipes). Teve uma prata no geral individual em Montreal/76.

Assim, já há quase 25 anos as ginastas continuam ganhando medalhas, mas nenhuma com brilho suficiente para fixar sua imagem no coração e na memória dos espectadores como essas que as precederam. A chance está com a brasileira Daiane.

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