Ginastas pedem ajuda para disputa do brasileiro

A equipe pré-infantil campeã paranaense de ginástica rítmica corre o risco de não participar do campeonato brasileiro por falta de recursos. A competição vai ser no mês de julho e a treinadora da equipe, Simone Valeixo Ribeiro, ainda procura um patrocínio para viabilizar a viagem e manutenção do trabalho. Eles não dispõem de dinheiro para pagar as passagens e as taxas de inscrição. Mesmo assim, as meninas não desanimam e continuam treinando cinco horas diárias.

Se depender da força de vontade dessas meninas, o campeonato brasileiro já tem um campeão: a equipe paranaense. Elas enfrentam todos os dias uma rotina digna dos melhores atletas. Após o período escolar seguem para o ginásio, situado no bairro do Parolin, em Curitiba, e lá permanecem em treinamento das 13h30 até 18h30.

Emanoela Benetti, 8 anos, é exemplo de determinação. Ela e mais cinco meninas vão representar o Paraná no campeonato em Alagoas. Todos os dias, após o colégio, ela pega três ônibus para chegar ao local. “Não é ruim. Senão eu ia ficar em casa só vendo televisão”, explica.

Segundo a treinadora, que já foi preparadora-física de seleção brasileira de ginástica rítmica e foi para os jogos pan-americanos em Winnipeg, mesmo com todas as dificuldades financeiras ela prepara atletas de ponta. “Vamos para o brasileiro para ganhar”, diz convicta. Mas para isso precisa levantar R$ 5,7 mil para as passagens e mais R$ 1.500, para as taxas de inscrição, sem falar nas instalações. Ela critica a sistemática que impera no Brasil. Primeiro o atleta precisa mostrar resultado para depois ser levado a sério e em muitos casos isto nem acontece.

Cidadania

Mas o projeto “Criança na Quadra” desenvolvido por Simone não forma apenas atletas, forma cidadãs. A maior parte das 50 meninas é carente. Pela primeira vez elas estão tendo oportunidade diferente da enfrentada pelos pais. “Algumas moram em favelas e os pais são catadores de papel. Aqui elas aprendem a querer o melhor para si. Sabem que o que buscam não está nas ruas”, fala.

Simone diz ainda que a troca de experiências entre as meninas com um nível econômico melhor e as outras ajuda muito o grupo. “As meninas mais carentes incentivam as demais. Elas não têm medo de desafios”, fala a treinadora.

Dificuldades

Apesar de o projeto estar alcançando bons resultados no esporte e também na área social, a treinadora enfrenta dificuldades para manter o grupo. A cada seis meses eles recebem uma ajuda da Prefeitura Municipal de Curitiba. Mas os R$ 5 mil não são suficientes para cobrir todas as despesas. Muitas vezes as mães se reúnem, fazem bazares e bingos para levantar o dinheiro. Por enquanto a maior dificuldade está em manter a equipe participando de campeonatos. “Precisamos de ajuda”, comenta a treinadora. No dia da seleção compareceram 615 meninas e só 50 foram escolhidas. “Tem muito talento por aí. Basta treiná-los”, comenta. Quem quiser colaborar com o projeto pode ligar para (41) 999-50668 ou 9192-9972.

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