Futebol de Maringá vive de glórias passadas

A possibilidade de o Adap Galo desistir de participar do próximo Campeonato Paranaense, por problemas financeiros para montar um time, seria mais um capítulo dramático na conturbada história do futebol de Maringá.

Apesar do passado de glórias e do fanatismo do torcedor local, a Cidade Canção não consegue emplacar um sucessor condizente com a tradição de seus primeiros clubes.

O auge do esporte maringaense coincidiu com a fartura do período cafeeiro no norte do Paraná. Fundado em 1961, o Grêmio Esportivo Maringá já conquistaria o bicampeonato paranaense em 1963 e 64. Em 1968, o Galo original levantou ainda o “Robertinho”, equivalente à Série B atual, mas que na época não dava acesso à elite do futebol nacional.

Em 1972, o primeiro baque: por razões econômicas, o Galo fecha as portas. O retorno veio em 1974, com o nome de Grêmio de Esportes Maringá. O time manteve a vitalidade e em 1977 faturou o Estadual ao vencer na decisão o Coritiba, então hexacampeão.

Os últimos bons momentos vieram no começo da década seguinte, com a participação no Brasileiro da 1.ª divisão em 1980 e vice-campeonato paranaense de 1981, após a derrota para o rival Londrina na final.

O Grêmio resistiu até 1996, quando novamente a falta de dinheiro decretou o fechamento do clube. Vieram novas tentativas, como o Grêmio Esportes GEM, ou o Grêmio Maringá Sociedade Civil, comandado pelo controvertido cartola Aurélio Almeida. Nenhum deles vingou, assim como outros clubes que tentaram representar a cidade.

Em 2004, o empresário Marcos Falleiro funda o Galo Maringá, que no ano seguinte consegue o acesso à elite estadual. E em dezembro de 2006, numa decisão polêmica, Falleiro acerta a fusão com a Adap de Campo Mourão para fundar o Adap Galo Maringá, que jogou apenas duas edições do Paranaense, em 2007 e 2008.

Caso a desistência seja confirmada, restaria à cidade o Maringá Iguatemi, que tem vaga na 2.ª divisão e no ano passado estava baseado em Pitanga, na região central do Paraná.