Furacão deixa a zona do rebaixamento

Na semana em que o Caldeirão rubro-negro completou dez anos, o Atlético conseguiu quebrar a escrita de não vencer em seu estádio neste Brasileirão. No sufoco, mas com muita raça, o Furacão ganhou por 1 a 0 do Corinthians num jogo onde a defesa rubro-negro foi testada á exaustão e demonstrou firmeza.

Até parece que jogar contra a equipe paulista faz bem para o Furacão, pois há dois meses, pela Copa do Brasil, a equipe fez sua melhor apresentação no ano. Independente das falhas apresentadas ontem, o que valeu neste confronto foi a conquista dos três pontos que devolvem a tranquilidade para a sequência do trabalho de Waldemar Lemos.

Ressalta-se que mesmo caminhando aos trancos e barrancos o Atlético completou a sua 3.ª partida consecutiva sem derrota e com bom aproveitamento. 7 pontos em 9 disputados. Na próxima rodada pega o Grêmio, em Porto Alegre.

Jogo

Desde o apito inicial, o Corinthians não soube como marcar o Atlético e deu muito espaço para o time da casa trabalhar a bola e comandar o jogo. Porém essa liberdade não foi explorada pelo Furacão.

Sem saída de bola, outra vez, os zagueiros abusavam dos chutões e da ligação direta. Isso foi uma constante no 1.º tempo, o que resultou em pouca pressão no adversário. Com uma formação reserva, o Timão se limitava a tentar encaixar rápidos contra-ataques.

Num jogo fraco tecnicamente, Wesley e Paulo Baier se destacaram. O primeiro pela movimentação, atuando pelos dois lados do campo. O segundo o cérebro da equipe. Atleta que tentava pôr a bola no chão e organizar jogadas. Mesmo assim, o Atlético não rendeu.

Sorte que a bola parada da equipe continua mortal. Aos 35 minutos do 1.º tempo, Baier cobrou falta com perfeição e marcou o seu primeiro gol com a camisa rubro-negra. Festa no Caldeirão, que já vivia momentos de apreensão. “É importante sair na frente porque dá mais tranquilidade”, disse Baier na saída para o intervalo.

Pressão

A etapa final foi um teste para o sistema defensivo rubro-negro. O Corinthians se lançou para cima e, em certos momentos, atacava até com oito jogadores em busca do gol de empate. Mas o Atlético foi valente e brigou a cada lance.

A vantagem de 1 a 0 foi agarrada com unhas e dentes pelos jogadores, como a tábua de salvação para acabar com a má sequência na Arena. “Se não dá na técnica, tem que ser na raça. E hoje foi assim”, comentou o zagueiro Rafael Santos ao término da partida.

E na base do bico e da raça, o Atlético segurou a pressão alvinegra. Poderia ter liquidado o jogo no contra-ataque se tivesse mais qualidade e menos ansiedade. Prova disso foi a grande chance desperdiçada aos 35 minutos, quando Baier se precipitou ao chutar a bola com dois companheiros melhor posicionados.

Apesar das deficiências apresentadas, para o Furacão valeu a vitória. Três pontos que representam a paz selada entre estádio, torcida e jogadores. E a esperança de melhores jogos no futuro.

Allan Costa Pinto
Felicidade. Vitória em cima do Timão deixou torcida mais confiante.