Flamengo defende nova licitação e quer administrar o Maracanã

A diretoria do Flamengo se pronunciou através de nota oficial para questionar o modelo de concessão de exploração comercial do Maracanã que impede a participação dos clubes na administração estádio e defendeu a realização de um novo processo de licitação. Além disso, destacou ter interesse em geri-lo.

Em 2013, um consórcio formado por Odebrecht, IMX e AEG venceu licitação para administrar e explorar comercialmente o Maracanã por 35 anos. O consórcio, porém, já manifestou o desejo de negociar com o governo do Estado do Rio de Janeiro a devolução do contrato por considerá-lo pouco rentável.

A situação deixa o governo com algumas opções: renegociar o acordo com o consórcio, assumir a gestão do estádio, o que não é do seu interesse, repassar o contrato para outras empresas – um grupo liderado pela BWA teria o desejo em administrar o Maracanã – ou realizar nova licitação. É essa última possibilidade que defende a diretoria do Flamengo, mas desde que os clubes possam participar do processo, o que não ocorreu na licitação anterior.

“É necessário um novo processo licitatório, com a participação dos clubes no papel de protagonistas não só do espetáculo, mas também da gestão, administração, operação e manutenção do estádio, além da readequação do contrato às alterações do projeto. São essas as únicas formas legítimas de resolver o impasse que priva a população de utilizar um equipamento esportivo importante como o Maracanã”, afirma o Flamengo, que destaca o seu desejo de participar de uma eventual licitação.

“Como clube de futebol com a maior torcida do Brasil, que gera as maiores receitas no Maracanã, manifesta seu total interesse em participar da necessária e moralmente essencial nova licitação para a concessão do Maracanã, desde que como protagonista da correspondente administração”, diz.

A diretoria do Flamengo avisa que o clube está insatisfeito e não pretende renovar o seu contrato com o atual consórcio, que se encerra em 2016, ou celebrar um novo acordo com um possível gestor escolhido do estádio para suceder o atual grupo na administração do estádio.

“Se o modelo atual for mantido, em que o clube é explorado por concessionário que não gera contrapartidas compatíveis com os altos valores de aluguéis cobrados, não irá renovar o contrato de locação para uso do Maracanã, cujo contrato terminará no final de 2016. Não irá celebrar contrato de locação com eventual sucessor do atual Consórcio Maracanã”, afirma o Flamengo, alertando para o perigo de o Maracanã se tornar um “elefante branco”.

“No modelo atual de concessão, sem a participação na administração dos geradores de conteúdo e receitas, existe o risco concreto de transformar um dos mais importantes estádios do mundo num “elefante branco”, o que seria lamentável para a imagem do Rio de Janeiro”, diz o clube.

Assim, o Flamengo ameaça também iniciar um projeto de construção do seu estádio caso a atual situação não se altere. “Acredita que pode seguir a tendência mundial de buscar o próprio estádio, com o clube gerando valor real aos seus torcedores e patrocinadores”.

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