Corpo em evidência

Fisiculturismo vira moda com o surgimento de novas categorias

A segunda quinzena de maio terá como endereço o Centro de Convenções de Curitiba para quem se interessa ou é adepto ao fisiculturismo, pois no local serão realizadas duas competições: Estreantes Paranaense (amanhã) e Campeonato Paranaense de Fisiculturismo (dia 31). Tratado como esporte ou hobby dependendo do praticante, o fato é que esse tipo de treino conquista cada vez mais adeptos, graças à inclusão de categorias que primam pela beleza e a saúde, ao invés de restringir esse nicho a homens e mulheres extremamente musculosos.

A vice-campeã do Estreantes Paranaense do ano passado e atual campeã do Arnold Classic Brasil, Manuela Barros, 31 anos, representa bem essa nova fase do fisiculturismo. “No ano passado, não consegui o primeiro lugar no Estreante por estar muito rasgada (músculo mais definidos)”, conta a atleta que participa da categoria Wellness, que valoriza as curvas da mulher brasileira. “Existe ainda a categoria Biquíni, só para mulheres, que concentra atletas ainda mais magrinhas”, acrescenta.

O caminho de Manuela para a competição também veio naturalmente, já que há doze anos faz musculação. “Sempre gostei de malhar pesado e cuidar da alimentação, de um ano para cá que comecei a participar. Aliás, por conta da minha categoria, precisei rever alguns treinos para arredondar mais o músculo”, recorda. Só de suplementos alimentares, Manuela gasta R$ 500 por mês, por isso ela está em busca de patrocínio para continuar competindo.

A rotina de treinos de Manuela costuma variar entre o período de pré- competição, no qual ela praticamente dobra a carga horária, e o off season (fora de temporada), que varia de 60 a 90 minutos durante seis dias na semana.

O árbitro internacional da Federação Paranaense de Culturismo, Musculação e Fitness (IFBB-PR) e colunista da Tribuna, André Pajé, aponta que o tempo de treinamento é outra vantagem em relação a outros esportes como o triathlon. “No fisiculturismo, a dedicação é por tempo integral, porque a dieta e os hábitos interferem muito no ganho ou perda de massa muscular, mas o tempo de treino é perfeitamente adaptável à rotina de quem quer aderir a uma proposta de vida saudável. A competição não deve ser o foco e nem é, por isso que percebemos um crescimento de 50% ao ano de fisiculturistas homens e mulheres”, defende.

Outro sinal que demonstra o interesse pela atividade é a expectativa de público para cada um dos eventos deste mês: 1,3 mil pessoas. “No ano passado, disponibilizamos mil ingressos, e improvisamos mais duzentos”, explica Pajé. Neste ano, os dois eventos contarão com uma feira de suplementos, alimentos e roupas esportivas para quem têm interesse nesse estilo de vida mais saudável.