Fifa deve rever rodízio

Genebra – Pressionada pelos europeus, a Fifa deve interromper o prometido rodízio entre os continentes que sediarão a Copa do Mundo para que o mundial volte à região que mais gera lucros para o futebol.

A Fifa anunciou ontem que o tema será discutido no final do ano e que, a princípio, o rodízio entre as regiões no mundo somente será válido até 2014, quando a Copa do Mundo poderá ocorrer no Brasil. Em entrevista coletiva na sede da entidade, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, ainda afirmou que o futebol está ?doente?. Corrupção, violência dentro e fora de campo e um volume excessivo de dinheiro nos clubes estão deixando a entidade preocupada.

Rodízio

Pelas regras estabelecidas pela entidade, haveria um rodízio entre os continentes que receberiam a Copa do Mundo. Em 2002, o evento ocorreu na Ásia, seguido pela Europa em 2006, África em 2010 e América do Sul em 2014. Se a lógica fosse seguida, Blatter admite que o torneio teria de voltar à Ásia em 2018 ou iria para a América do Norte.

O problema é que os europeus, acostumados a sediar o mundial a cada oito anos, pressionam para que essa lógica seja modificada. Londres já declarou querer ser sede e o novo presidente da Uefa, Michel Platini, afirmou que fará de tudo para convencer a Fifa e seu amigo Blatter a aceitar a mudança.

Financeiramente, a Fifa não teria problemas em aceitar a mudança, principalmente porque a Copa do Mundo da Alemanha no ano passado foi um sucesso econômico inédito. Essa Copa gerou lucros de US$ 2,3 bilhões (R$ 4,7 bilhões).

A Fifa, que estava à beira de um colapso financeiro em 2001, acabou somando lucros de US$ 2,6 bilhões (R$ 5,3 bilhões) nos últimos quatro anos e fechou o período com o maior saldo de seus 103 anos de história: US$ 650 milhões (R$ 1,3 bilhão).

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