Festa rubro-negra em São Caetano

ALEGRIA / jogadores e comissão técnica comemoram como nunca esta importante conquista

A explosão de alegria foi geral. Quando faltavam ainda dez minutos para o fim da partida, dezenas de integrantes da delegação atleticana, incluindo jogadores, diretores e comissão técnica, já se aglomeravam em frente ao pequeno portão que dá acesso ao gramado do Estádio Anacleto Campanela.

Presença ilustre na final do campeonato brasileiro, o senador Álvaro Dias mostrou-se satisfeito com a conquista do Atlético. “A decisão deste ano reflete a mudança no futebol brasileiro. E a vitória do Atlético nada mais é que um prêmio à eficiência, à organização”, declarou.

Nilson Borges era um dos mais emocionados. Estava com as “pernas bambas”, como ele mesmo definiu. Hoje ele é auxiliar técnico, mas já sentiu dentro de campo a responsabilidade de vestir a camisa rubro-negra. Esse título foi conquistado na base de muita luta e dedicação”, disse Nilson, que como jogador conquistou seu último título pelo Atlético em 1970.

O goleiro Flávio não se intimidou. Reconheceu a qualidade do adversário, mas deixou claro que o Atlético fez por merecer o título. “Eu até achei o jogo daqui mais fácil que o de Curitiba. Lá eles vieram pra cima e complicaram bastante pra gente. Aqui as dificuldades foram bem menores”, afirmou o goleiro, antes de descer para vestiário.

Artilheiro do Brasil este ano, com 50 gols, Kléber ressaltou a união do grupo e o companheirismo que impera dentro do clube, como ingredientes preponderantes na receita da conquista. E não se importou com o brilho do companheiro Alex Mineiro, que nesta fase decisiva marcou nada menos que oito gols em quatro jogos. “Eu fico feliz por ele. Prova que o Atlético tem no elenco vários jogadores de qualidade, que ainda podem dar muitas alegrias a essa torcida apaixonada”, afirmou o artilheiro.

Já o zagueiro Nem foi mais longe. Além de comemorar o título, já emendou mais uma promessa para os torcedores. “Eu sempre falei que vim para o Atlético para ser campeão. Ganhamos o paranaense e agora o brasileiro. E se eu continuar no clube, vou lutar para ganhar também a Libertadores.”

Time aproveita vantagem

São Caetano ? O Atlético soube utilizar a vantagem conquistada na Arena da Baixada, e ficou esperando um do São Caetano, para vencer a partida de ontem, no Estádio Anacleto Campanella. Aos minutos do segundo tempo, Alex Mineiro aproveitou um rebote do goleiro, e fez 1 a 0 a favor do Rubro-Negro. O placar não foi alterado até o fim partida e deu o título de campeão brasileiro ao Atlético.

Logo no início do confronto entre paulistas e paranaenses, o São Caetano mostrou que estava disposto a reverter a vantagem de um gol do Atlético. Mas a equipe de Jair Picerni não conseguiu se desvencilhar da forte marcação do Rubro-Negro. Como o técnico do Azulão não ousou, o panorama jogo não se alterou durante 90 minutos.

Quando o Atlético tinha a posse de bola procurava cadenciar o ritmo mais intenso que o time da casa. Com a chuva, o São Caetano tentou se utilizar da mesma tática com que derrubou o Galo, as bolas aéreas. Mas o atacante Magrão era acompanhado em todos os cantos do gramado por Gustavo, com seus 1,91 m de altura.

Os principais homens de criação de Jair Picerni, os meias Esquerdinha e Anailson, praticamente foram anulados pelos marcadores atleticanos. E nas vezes em que o Azulão chegou à frente do gol de Flávio, faltou o famoso último toque, o que deixava a torcida enlouquecida.

No segundo tempo as coisas não mudaram, a não ser o nervosismo do São Caetano que precisava marcar dois gols para levar a taça. E por outro lado o Rubro-Negro ficava cada vez mais satisfeito com o andar da “carruagem”. Se o empate já era um ótimo negócio para o Atlético, ficou melhor ainda depois do gol de Alex Mineiro, aos 22 minutos da etapa final.

O lateral-esquerdo, Fabiano, desceu em velocidade e tentou o chute, Sílvio Luís espalmou e Alex Mineiro empurrou para as redes. Os 2.400 torcedores rubro-negros fizeram do Anacleto Campanella sua casa e não pararam de berrar até o fim do jogo. O gol desestabilizou de vez o time adversário que tentava chegar ao empate nos tiros de longa distância.

A melhor chance do São Caetano marcar o seu gol de honra saiu de um chute de Bechara. O jogador, que entrou no posto de Serginho, tentou a sorte de longe, mas a bola acertou o travessão. Quando o último apito de Carlos Eugênio Simon foi ouvido, a massa rubro-negra sentiu pela primeira vez o que significa o título de campeão brasileiro.

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