Felipão evita dar ponto final ao trabalho na seleção

O técnico Luiz Felipe Scolari reafirmou nesta sexta-feira que o fim do seu trabalho na Copa do Mundo não significa, necessariamente, um ponto final em sua segunda passagem pela seleção brasileira. Felipão não precisa decidir seu futuro agora. Vai consultar as bases, entenda-se sua família, expor algumas situações e também esperar pela avaliação dos dirigentes da CBF ao seu trabalho. Marco Polo Del Nero, o vice que assumirá o cargo de José Maria Marin em abril, já manifestou o desejo pela permanência do técnico.

“Entregarei o meu relatório e vou esperar os dirigentes da CBF avaliarem o que deu certo e errado no meu trabalho. É claro que fracassamos em não conseguir passar para a final, como era o nosso principal objetivo. Mas em um ano e meio, tivemos situações boas. Não pode se mudar um trabalho após apenas um resultado ruim” disse o treinador, que não deixou o capitão Thiago Silva responder se o grupo apoiaria a permanência desta comissão técnica. “Ele não precisa falar isso na minha frente.”

Mesmo assim, Thiago defendeu Felipão da derrota para a Alemanha e pediu para que ele não seja crucificado. “Acreditamos no trabalho e estamos com ele”, garantiu o zagueiro.

Ficar na seleção nunca foi o plano de Felipão com o hexa nas mãos. Se ganhasse a Copa, ele entregaria o bastão no dia seguinte, tiraria seis meses de férias e depois esperaria por um convite de alguma seleção europeia que tivesse condições de jogar a Eurocopa de 2016 na França. Antes disso, claro, festejaria com o povo brasileiro a conquista que todos esperavam.

Na entrevista coletiva desta sexta, porém, deixou no ar que gostaria de continuar, talvez para provar algo a si mesmo. A CBF só terá uma avaliação melhor do sentimento do torcedor depois que a poeira baixar. Ocorre que seus cartolas não estão seguros dos nomes colocados na mesa, como Tite, Muricy Ramalho, Luxemburgo.

Felipão e Thiago Silva também comentaram sobre o projeto que a CBF tem para a Olimpíada de 2016, no Rio, por enquanto entregue a Alexandre Gallo, que trabalha com as categorias de base do Brasil. Disseram que a entidade terá de determinar se a partir de agora o Brasil trabalha com jogadores de idades olímpicas, até 23 anos, ou se continua apostando numa formação principal já pensando na Copa América do Chile, ano que vem, e nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018. “Vai depender dos planos da CBF”, argumentou Felipão.