Felipão disputa sua terceira Copa atrás de dois recordes

A Copa do Mundo não ficará restrita apenas à tentativa de Miroslav Klose em alcançar Ronaldo no posto de maior artilheiro da história da competição. Luiz Felipe Scolari, responsável por comandar a seleção brasileira, pode se tornar o técnico com mais vitórias em 20 edições do Mundial, em mais um confronto entre Brasil e Alemanha. Com 11 triunfos em duas Copas, Felipão precisa vencer cinco partidas da competição para igualar a marca do alemão Helmut Schön, treinador da seleção da Alemanha entre os Mundiais de 1966 e 1978. Zagallo, técnico do Brasil em três Copas (1970, 1974 e 1998), soma 13 vitórias.

No Mundial 2002, a seleção brasileira de Felipão conquistou sete vitórias na campanha do penta. Quatro anos depois, à frente da equipe portuguesa, o técnico brasileiro chegou à semifinal, com quatro triunfos no total. O brasileiro já é dono de um recorde: é o único a conseguir 11 vitórias consecutivas – Vicente del Bosque, com seis, pode igualar a marca no Brasil.

Schön, por sua vez, nos 25 jogos com a Alemanha, obteve quatro vitórias em 1966 (foi vice-campeão), cinco em 1970 (terceira colocado), seis em 1974 (a Alemanha ficou com o título em casa) e apenas uma em 1978 – a seleção foi eliminada na segunda fase. Já Zagallo, como Felipão, também conseguiu o título vencendo todas as partidas – foram seis em 1970. O técnico ainda comandou o time brasileiro em dois triunfos em 1974 e cinco em 1998.

Os três maiores vencedores em Copas têm um título cada. O único técnico bicampeão mundial é Vittorio Pozzo, que levou a Itália às conquistas de 1934 e 1938. O número de vitórias, entretanto, é menor. O italiano tem “apenas” oito, mesma marca de outros quatro treinadores: Telê Santana, Beckenbauer, o argentino Carlos Bilardo e o sérvio Bora Milutinovic. Enzo Bearzot, campeão com a Itália na Copa de 1982, soma nove vitórias em três edições do torneio. Carlos Alberto Parreira, único técnico a participar de seis Mundiais, é o quarto colocado, com dez vitórias em 24 jogos. Já Sepp Herberger, treinador alemão nas Copas de 1954, 1958 e 1962, conseguiu vencer nove partidas.

MARCA – Apesar de Parreira ocupar papel de destaque na lista, o aproveitamento do atual coordenador técnico da seleção é inferior a 50%. O fato está ligado às fracas campanha com o Kuwait (1982), Emirados Árabes Unidos (1990), Arábia Saudita (1998) e África do Sul (2010). Com essas seleções, Parreira jamais passou da primeira fase.

Bora Milutinovic tem campanha parecida. Em cinco Copas, o sérvio tem 45% de aproveitamento, levando México (1986), Costa Rica (1990), Estados Unidos (1994) e Nigéria (1998) à fase de mata-mata. Já Felipão conquistou quase 81% dos pontos, ficando atrás de Telê (93,3%), Pozzo (92,6) e Del Bosque (85,7%), considerando três pontos para cada vitória.

Felipão também terá a chance de igualar mais um recorde. Em 84 anos de história, apenas Pozzo conseguiu ser bicampeão mundial como técnico. Vicente del Bosque, campeão em 2010 com a seleção espanhola, também lutará pela marca.

Dois treinadores já chegaram à final nas mesmas condições de Felipão e Del Bosque, mas ficaram com o vice. O primeiro foi Carlos Bilardo, derrotado pela Alemanha em 1990 após ser campeão em 1986. Zagallo, em 1998, não conseguiu igualar o feito de Pozzo ao perder para a França na decisão da Copa.