Federer sofre para se classificar

Paris – Numa quadra pesada, lenta, do jeito que menos gosta de jogar, o suíço Roger Federer, número 1 do mundo, se classificou para a terceira rodada em Roland Garros, o único Grand Slam que ainda não venceu.

Ele passou pelo francês Thierry Ascione em três sets, 6/1, 6/2 e 7/6 (10/8), em jogo em que as dificuldades foram aumentando à medida em que o dia acabava.

As chuvas deixam a quadra mais pesada, e foi o caso de ontem, quando choveu forte e os jogos foram interrompidos por mais de uma hora à tarde. Se o jogo tivesse ido para o quarto set – e Ascione chegou a ter um set point com o saque na mão, no tie-break – provavelmente os dois teriam de voltar à quadra nesta quinta, já que seria difícil continuar a partida por falta de luz natural.

O torneio em Paris costuma ter uma semana fria e úmida e outra com sol e calor. Se a fórmula se repetir este ano, Federer vai ter a sorte de ter a quadra nas condições mais favoráveis justamente nos momentos mais difíceis, as finais. Na terceira rodada, ele pega o italiano Potito Starace, que bateu o argentino Carlos Berlocq por 6/2, 6/4 e 6/2.

O dia fechou um Roland Garros totalmente esquecível para os norte-americanos, pelo menos na chave masculina. Robby Ginepri caiu diante do argentino Diego Hartfield, por 6/4, 1/6, 5/7, 6/4 e 6/2, em jogo que havia sido interrompido na terça, e se juntou aos oito compatriotas eliminados na estréia no dia anterior – entre eles, Andy Roddick e James Blake, dois top 10. Assim, o país do Tio Sam não terá ninguém na segunda rodada – é a primeira vez que isso acontece em 40 anos, o que inclui toda a chamada ?era aberta?, iniciada em 1970 e que marca a profissionalização do tênis.

Os franceses também saíram frustrados: a maior esperança de voltar a ter um vencedor caseiro, Richard Gasquet, perdeu para o belga Kristof Vliegen por 7/6 (7/4), 6/3 e 6/1. Os olhos de todos caem agora sobre o jovem Gael Monfils, de 19 anos, que eliminou o argentino Juan Ignacio Chela por 3/6, 6/3, 6/3 e 6/1 e avançou à terceira rodada.

Hoje, a principal atração será o bicampeão Rafael Nadal, que pega o desconhecido italiano Flavio Cipolla. Outro jogo importante terá o australiano Lleyton Hewitt contra o argentino Gaston Gaudio, campeão de Roland Garros em 2004. Ambos valem pela segunda rodada do torneio. Nas duplas, os remanescentes brasileiros em Paris, Marcelo Melo e André Sá, enfrentam os norte-americanos Justin Gimelstob e Robert Kendrick.

Revelação é treinada por Larri Passos

Paris – Uma futura estrela do tênis feminino, a austríaca Tamira Paszek, de apenas 16 anos, mostrou seu potencial ao enfrentar a bicampeã Justine Henin, pela segunda rodada de Roland Garros, e perder por 7/5 e 6/1. Ela pretende estar em breve entre as líderes do ranking da WTA, e uma curiosidade é que há mais de um ano Tamira passou a ser treinada por Larri Passos.

?Ele (Larri) é o técnico que estava precisando e o tipo de treinador que meus pais queriam. Tem um grande coração, sabe formar um grande time e melhorei muito nos últimos meses.? Segundo Tami, como é chamada, Larri estará com ela por 22 semanas, o que denuncia que o treinador estará cada vez menos com Gustavo Kuerten, seu pupilo número 1, tricampeão em Roland Garros e que abriu mão de ir a Paris este ano por falta de condições físicas. Nas horas em que não puder estar com a jogadora austríaca, um de seus auxiliares, Roland Santos, a acompanhará nos torneios internacionais.

Venus Williams bate o recorde feminino de saque mais veloz

Paris – Num dia sem zebras nos 47 jogos disputados pelo torneio feminino de Roland Garros, a maior atração foi a norte-americana Venus Williams, que acertou o saque mais veloz da história na chave principal de um torneio de tênis feminino: ela mandou a bola a 206 quilômetros por hora, durante sua vitória sobre a também americana Ashley Harkleroad por 2 a 0 (6/1 e 7/6 (10/8)), pela segunda rodada do Grand Slam parisiense.

?Foi sensacional, adorei ter atingido essa marcar?, afirmou Venus, que tenta recuperar a forma que a levou a ser número 1 do mundo, no fim do século passado, e na terceira rodada vai enfrentar a sérvia Jelena Jankovic, número 4 do mundo, que bateu a colombiana Catalina Castaño com duplo 6/3.

Incrivelmente, o saque terminou em ponto para Venus, mas não em ace, já que Harkleroad conseguiu resvalar na bola – as estatísticas do tênis só computam ace quando o adversário não encosta a raquete na bola. O saque mais veloz da história do tênis feminino ainda pertence à holandesa Brenda Schultz-McCarthy, mas foi dado durante o qualifying do torneio de Cincinatti, e a própria WTA deve considerar a marca de Venus como recorde.

A belga Justine Henin, número 1 do mundo, avançou com tranqüilidade à terceira rodada ao derrotar a austríaca Tamira Paszek (ver ao lado) por 2 a 0 (7/5 e 6/1), em partida que ficou mais de uma hora interrompida pela chuva que voltou a atingir Paris no fim da tarde. Henin, que tenta o tricampeonato, pega na terceira rodada a italiana Mara Santangelo, que passou em dois sets pela tailandesa Tamarine Tanasugarn, 6/3 e 6/2. Svetlana Kuznetsova venceu um duelo russo contra Ekaterina Bychkova por 6/0 e 6/3 e a francesa Amelie Mauresmo eliminou a norte-americana Laura Granville com 6/0 e 7/5.

Maria Sharapova só joga o suficiente para passar

Paris – Com uma roupa estranha, mas que promete virar moda, a russa Maria Sharapova, número 2 do mundo, teve um começo lento e sonolento em Roland Garros, exatamente como o dia em Paris, com um pouco de chuva e frio, mais para uma boa soneca do que para jogar tênis. Talvez por isso a musa jogou apenas o suficiente para avançar para a segunda rodada, com a vitória sobre a francesa Emilie Loit por 6/3 e 7/6 (7/4), sem mostrar o brilho esperado por uma estrela de sua grandeza.

Fora das quadras, porém, Sharapova não abriu mão das mordomias e das sofisticações francesas. Está hospedada em um dos endereços mais caros e nobres de Paris, a Place Vendome, no hotel Ritz, onde costuma se hospedar, por exemplo, Madonna. A tenista não veio com guarda-costas, como faz a cantora, mas contratou um fisioterapeuta particular, o espanhol Juan, conhecido dos brasileiros por ter cuidado de Gustavo Kuerten em alguns torneios.

Juan – que abandonou a ATP para abrir uma clínica particular – terá a invejável missão de cuidar do corpo de Sharapova. A tenista sofre com sérios problemas no ombro.

Voltar ao topo