Ex-presidente rebate acusações de Gionédis

?Eu não fiz dívida nenhuma.? A declaração é do ex-presidente do Coritiba, Francisco Araújo, rebatendo a acusação de Giovani Gionédis de que teve de pagar mais de R$ 6 milhões de dívidas da gestão anterior. De acordo com ele, o que aconteceu foi justamente o inverso e o passivo de empréstimos teria caído de R$ 32 milhões para a metade desse valor através de uma renegociação que contou com a participação do próprio Gionédis. O ex-dirigente também garante que não tem ação nenhuma no Coritiba S/A, como foi dito na entrevista coletiva de segunda-feira.

?Houve uma porção de inverdades e eu queria esclarecer. Uma é sobre a dívida e outra é sobre o Coritiba S/A. Não tenho ação da empresa e nunca tive?, rebateu Araújo. Além disso, ele garante que as dívidas atribuídas a ele por Gionédis não foram feitas em sua gestão. ?Quando assumi o clube devido a um problema de saúde de Sérgio Prosdócimo a nossa gestão herdou R$ 32 milhões em dívidas de empréstimos. A diretoria resolveu suspender o pagamento para forçar uma renegociação e o Gionédis fazia parte da direção?, esclareceu.

Com a renegociação, Araújo diz que o valor caiu para R$ 16 milhões. ?Foram feitas diversas renegociações, reduzimos o valor e alongamos o prazo para pagar. Como eu era o presidente, tive que assinar, mas eram dívidas passadas?, destacou. Segundo ele, a ira de Gionédis é em função de seu apoio a Tico Fontoura. ?Ele estava lá e é testemunha de tudo?, finalizou.

Só em janeiro decide-se a cassação ou não de Gionédis

O conselho deliberativo do Coritiba marcou para o dia 10 de janeiro a assembléia geral extraordinária para votar o processo de cassação do presidente Giovani Gionédis. Na pauta da reunião de todos os associados em dia estão dois pedidos de impedimento do dirigente e mais um abaixo assinado querendo a saída da atual diretoria. ?Nos baseamos nos pedidos dos conselheiros e numa correspondência do Evangelino da Costa Neves que refuta veementemente o laudo apresentado pelo Gionédis?, justificou Júlio Militão da Silva, presidente do conselhão.

De acordo com ele, o edital de convocação é bastante explicativo. Na pauta, os três pontos pedem basicamente a mesma coisa, ou seja, a renúncia ou o impedimento de Gionédis devido a ?incompetência? administrativa e a ?falsificação? de documentos com supostas assinaturas do Chinês. Cerca de 600 sócios (em dia com a tesouraria) irão analisar os pedidos e votar o impeachment ou não. A sessão está programada para o dia 10 de janeiro, às 19h30, na Sociedade Thalia. De qualquer forma, Gionédis poderá recorrer a uma liminar para impedir ou cancelar a realização da assembléia.

Até prisão preventiva pode ser decretada

A enxurrada de pedidos de cassação/impeachment do mandato do presidente Giovani Gionédis não pára de dar entrada no conselho deliberativo. Ontem, foi a vez de Evangelino da Costa Neves protocolar documento pedindo a saída do mandatário do Coritiba baseado na acusação de falsificação de assinaturas. Além disso, o Chinês vai ingressar com uma ação penal no Ministério Público amanhã, para que as investigações ocorram de maneira pública e imparcial. Anteriormente, já tinham sido abertos processos pelo próprio conselhão, pela oposição e pelo conselheiro Luís Fernando Dietrich.

?Temos um fato novo. Além das falsificações que restaram evidenciadas porque não foram subscritas pelo meu cliente, existe um outro delito que deverá ser investigado pela autoridade policial e submetido a análise do Ministério Público?, dispara Raul Rangel, advogado de Evangelino.

De acordo com ele, somente o Chinês poderia ter pedido perícia nas assinaturas. ?A partir do momento que o senhor Gionédis apresenta um laudo frágil, tendencioso e, talvez, objeto até de fraude, é possível que o MP requeira até a prisão preventiva de todos aqueles conselheiros presentes naquele ato por co-autoria?, ameaça.

De acordo com Rangel, o laudo da Fontéknyko teria sido feito em cima de fotocópias dos documentos com as supostas assinaturas do Chinês. ?Existem indícios de que esse laudo não merece credibilidade porque trata-se de uma empresa investigada por emitir laudos fraudulentos. Esse laudo não merece um mínimo de credibilidade?, aponta. Como prova, ele disse que requereu, conseguiu e não entregou a ninguém os documentos originais da eleição no dia 21 deste mês enquanto o exame apresentado pelo presidente alviverde começou a ser feito no dia 23.

Além do pedido de cassação, Evangelino garante que vai ao MP para que tudo seja apurado da forma mais imparcial possível. ?Vamos protocolar junto à procuradoria geral de Justiça, órgão máximo do MP, o pedido de indiciamento do Giovani Gionédis e de todos que participaram na apresentação daquele documento, e entendemos existir o crime de falsificação de documentos e de falsidade ideológica, e o MP é quem tem o poder para oferecer a denúncia?, destaca.

Resposta

Mesmo não querendo mais falar sobre o assunto, Gionédis declarou que Raul Rangel está se aproveitando de Evangelino para aparecer. ?Esse rapaz não tem fundamento nenhum. Toda a imprensa esteve na eleição e viu o Evangelino assinar o livro. Então, ele não pode falar nada?, finaliza.

Coxa já tem alguns reforços na mira

Enquanto espera um ?sim? de Domingos Moro e em meio ao conturbado ambiente interno, a diretoria do Coritiba vai formando a lista de possíveis reforços. O goleiro Marcelo Bonan (Santo André) e os meias Juliano (Ituano) e Rogerinho (Paysandu) podem ser alguns dos reforços para a próxima temporada. Tudo, no entanto, vai depender da chegada do novo coordenador de futebol, que também poderá manter no Alto da Glória alguns dos jogadores que estão com contrato no final. Ontem, o elenco se reapresentou no CT da Graciosa e ganhou férias até o dia 26 de dezembro.

?Estamos apenas no início das conversas. É um clube de tradição e de muita força no futebol brasileiro e, se tudo der certo, será um grande prazer vestir essa camisa?, diz Bonan, que deixou o Ramalhão por não acertar salários para 2007. Ele foi considerado um dos melhores arqueiros da Série B e foi o menos vazado. Também está na lista de atletas observados pelo Coxa o meia Juliano, revelação do Ituano, e Rogerinho, que se salvou do fiasco do Paysandu, mas pertence ao Figueirense.

Ontem, o elenco alviverde ganhou férias e a maioria foi embora sem saber se volta. Nada menos que 13 jogadores têm contrato até o dia 31 de dezembro e terão que se reapresentar no dia 26. Pelo menos enquanto não é definido quem será o novo coordenador técnico. Mesmo dando sinais de que não irá aceitar o convite, o presidente Giovani Gionédis acredita que Domingos Moro irá dizer sim.

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