Estadual 2007 está uma bagunça só

Mais um capítulo da conturbada história envolvendo o início do Campeonato Estadual 2007 foi escrito na tarde de ontem. Pouco antes do início da reunião na Federação Paranaense de Futebol (FPF), envolvendo os 16 clubes que deveriam disputar a Série Ouro, uma liminar obtida por um torcedor do Toledo Colônia Work (TCW), que sentiu-se lesado por ver sua equipe impedida de disputar a competição (por decisão judicial), roubou a cena e provocou mais uma reviravolta no campeonato. Na liminar, obtida na Justiça Comum, ficou ?determinada a suspensão de todos os jogos envolvendo a equipe do Engenheiro Beltrão até o julgamento final do mérito dos processos que tramitam perante a Justiça Desportiva, podendo eventualmente ser estendida até o julgamento final da presente ação?. Também determina ao Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR) e ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) que julguem no prazo de 10 dias todos os processos ainda pendentes de julgamento, envolvendo a Série Ouro, e que esses respectivos tribunais de Justiça ?se abstenham de aplicar quaisquer sanções aos clubes de futebol? envolvidos na referida liminar. Quem assina o documento é o juiz de Direito Eugênio Giongo, da 1.ª Vara Cível da Comarca de Toledo.

A nova bomba pegou muitos dos presentes à reunião de surpresa.

O presidente da FPF, Onaireves Rolim de Moura, sobre o caso, limitou-se a dizer: ?Vamos analisar para ver que atitudes a Federação vai tomar?. Já o presidente Luiz Linhares, do Engenheiro Beltrão – clube diretamente ligado à decisão judicial -, afirmou que naquele momento ainda não tinha conhecimento do teor da liminar e que pediria uma cópia à FPF para inteirar-se.

O documento posteriormente seria encaminhado ao departamento jurídico do clube para análise. ?Acredito numa medida precipitada do pessoal do Toledo em buscar algo junto à Justiça Comum, como eles já haviam anunciado na imprensa.

Isso deve incorrer em uma série de penalizações por parte da própria CBF e do STJD (contra o Toledo)?, afirmou Linhares. Para ele, a liminar não muda em nada o planejamento de sua equipe. ?Estamos prontos e aguardando a decisão da FPF para sabermos se jogamos ou não no domingo contra o Cascavel.?

16 equipes disputam o Estadual da confusão

Irapitan Costa

Comissões técnicas e jogadores tentam deixar os problemas jurídicos de lado e manter o foco na largada do Paranaense 2007, no domingo. Antes mesmo da data oficial da CBF – dia 17 de janeiro – a bola rola pelos gramados do Estado, se novas liminares não determinarem o contrário. Leia matéria acima sobre a pendenga entre Engenheiro Beltrão e Toledo. Uma competição que começa de forma errada e com futuro incerto.

Resultado da ?porteira? aberta pela Federação Paranaense de Futebol, que insiste em trocar qualidade por quantidade. Nem mesmo diante da fusão entre Galo e Adap e a desistência do União Bandeirante, a entidade conseguiu racionalizar. Preferiu convidar mais duas equipes, fechando o estadual em 16 clubes. Se tudo correr bem (alguém acredita?) o novo campeão será conhecido no dia 6 de maio, uma semana antes do início do início do Brasileirão.

No total, 25 datas serão utilizadas para a disputa. Antes mesmo do pontapé inicial, pelo menos duas partidas do Paraná terão que ser remanejados, devido à coincidência de datas entre jogos do Estadual e da Libertadores. O menor nos problemas diante do quadro atual, onde os artilheiros dão lugar a advogados, onde liminares ganham evidência e a FPF silencia. Omissão que se estende aos clubes e deixa na cabeça do torcedor um imenso ponto de interrogação. Dúvida quase sempre traduzida na ausência do público. Um duro – mas justo -castigo à incompetência. Para o torcedor não resta outra alternativa, senão esperar. E ?rezar?, para que os seus ídolos, seus craques, consigam ao menos roubar a cena, impedindo que o futebol do Estado fique marcado tão somente pelas trapalhadas da cartolagem.

Estadual vale pelas vagas em outros torneios

Carlos Simon

Imbróglios judiciais e desmotivação à parte, ao menos o Campeonato Paranaense terá uma serventia: classificar para torneios mais importantes.

Os dois melhores colocados, fora Paraná, Atlético e Coritiba, ganham uma vaga na Série C do Brasileiro-2007. Um dos três postos paranaenses já é do Roma, campeão da Copa 100 Anos.

O time de Apucarana também já abocanhou um lugar na Copa do Brasil de 2008. Sobram então mais duas vagas, que podem aumentar se os grandes não chegarem à final. Pelo critério de classificação, em vigor desde o ano passado, os 10 clubes que ?sobrarem? nos respectivos estaduais entram através do ranking da CBF. Assim, Coritiba (14.º), Atlético (19.º) e Paraná (23.º) têm boas chances de disputar o torneio nestas vagas extras. O Atlético, 5.º colocado no último Paranaense, já usou este benefício em 2006.

A briga paralela por um lugar na Série C virou o grande chamariz para os clubes menores, que lutam por um calendário mais atrativo até o final do ano. Entre os 12 postulantes, despontam alguns favoritos: a Adap-Galo Maringá, que juntou as forças da vice-campeã do ano passado com o poderio da torcida de Maringá; o Iraty, dono do melhor desempenho do interior nas categorias de base; o J. Malucelli, que tenta voltar a se firmar como quarta força do Estado; o organizado Cianorte; e o tradicional Londrina.

Em 2006, Adap, Rio Branco e J. Malucelli foram os representantes do Estado na Terceirona, mas nenhum chegou à fase decisiva. O Jotinha teve melhor desempenho – passou para a terceira fase, a última antes do octogonal final.

Na Copa do Brasil de 2007, empunham a bandeira paranaense Adap, Coritiba, Atlético e Rio Branco.

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