Estadual 2006, mais bronca na FPF

Recém-saída de uma denúncia de atletas irregularmente inscritos na Série Prata do ano passado, feita pelo lateral Sandro, do Foz do Iguaçu, a Federação Paranaense de Futebol (FPF) se vê às voltas com outro caso, agora envolvendo a Série Ouro de 2006, que terminou em abril. Se o fato não for levado a sério pelo Tribunal de Justiça Desportiva (TJD), que até agora mostrou má vontade, estará caracterizado como denúncia grave. A nova irregularidade foi divulgada pelo site futebolpr.com.br.

O clube denunciante é o Toledo Colônia Work, que foi rebaixado à Divisão do Acesso de 2007, junto com o Francisco Beltrão. Na última quinta-feira, o presidente Irineu Picinini e o diretor de futebol Irno Picinini, convocaram a imprensa de Toledo para revelar os fatos e apresentaram documentos capazes de punir o União Bandeirante com a perda de pontos em pelo menos três jogos – que tirariam 18 pontos. O suficiente para manter o Toledo na 1.ª Divisão.

O clube trabalha desde a 6.ª rodada do 2.º turno da 1.ª fase do Estadual, quando denunciou ao TJD que o União Bandeirante utilizou pelo menos dois jogadores – Elder Leandro Silva e Marcos Rogério Carreta – não inscritos, contra o Londrina. A intenção toledana era convencer a FPF e o TJD a tomarem providências, mas apenas agora poderá ser atendido. Assim como fez logo após o jogo União x Londrina, o Toledo cumpriu o prazo de 72 horas e entrou também com a mesma denúncia no TJD após os jogos União x Roma e União x Adap. Agora, terminado o campeonato, o Toledo reúne documentação suficiente para provar que foram mais que dois os atletas que atuaram sem registro.

Ao ver que o Tribunal de Justiça Desportiva da FPF estava ?extrapolando todos os prazos possíveis para manifestação dos processos?, o Toledo iniciou uma caminhada junto à própria Federação, acompanhado pelo advogado Hélder Eduardo Vicentini, de Curitiba. O TJD, então, solicitou ao departamento de registros da FPF a situação de todos os jogadores do União Bandeirante citados nas súmulas dos jogos denunciados. Mas o setor de registros encaminhou a situação de apenas dois e ?junto com uma quase defesa para a equipe de Bandeirantes?, segundo denuncia do Toledo.

Não conformado com a situação, o clube de Toledo partiu para a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e fez uma consulta sobre os jogadores que apareceram nas súmulas dos três jogos. No dia 19 de abril, a CBF enviou um ofício garantindo que todos os atletas mencionados no processo, num total de dez jogadores, foram devolvidos para a FPF sem o registro dos atletas. Não convencido, o TJD, que tinha o procurador Adão Laslowski à frente do processo, solicitou nova explicação do setor de registros da federação. Este confirmou que os atletas mencionados de fato não foram registrados junto à CBF.

Depois da reclamação do Toledo, de que o tribunal não estava levando o caso a sério, o presidente da casa, Bortolo Escorsim, resolveu substituir o procurador e nomeou Alexandre Zolet para comandar a investigação. No último dia 18 de maio, Zolet voltou a solicitar ?contra-razões? ao responsável pelo departamento de registros da FPF, Rui de Barros, respondeu em ofício que os atletas Eder Leandro Silva, e Marcos Rogério Carreta, teriam jogado sem a documentação legal.

Ainda segundo o futebolpr, a CBF encaminhou resposta ao Toledo, informando ainda que outros nove jogadores também teriam atuado de forma irregular pelo União Bandeirante.

Toledo pede agilidade no processo

O presidente do Toledo, Irno Picinini, espera que nesta semana o TJD da Federação Paranaense de Futebol coloque em julgamento o processo, ?pois todos os prazos já foram extrapolados?. Recuperando-se de um problema de saúde, em sua casa, em Toledo, o dirigente disse à reportagem do futebolpr que o clube está sendo cobrado na cidade, por não exigir uma atitude da Federação e do TJD. Por isso a decisão de reunir a imprensa local e divulgar os fatos.

Mas o presidente do Toledo mostrou desânimo e sem vontade de continuar fazendo futebol, já que as entidades costumam fazer vistas grossas aos problemas de irregularidades. ?Nós deixamos de colocar jogador em campo mesmo com o sim da CBF para não correr o risco. Trabalhamos dentro da legalidade. Não, não adianta chamar os clubes lá na Federação e mandar assinar o regulamento. As provas estão aí, claras, o que eles querem mais que a gente faça?? questionou, indignado com os fatos.

Além de perder seis pontos em cada um dos três jogos denunciados, o União ainda teria que pagar de R$ 5 mil a R$ 50 mil de multa. Bastaria que o União perdesse seis pontos de um jogo irregular (é o dobro de pontos previstos no regulamento) para deixar o Toledo empatado em número de pontos com o próprio União – 14 ao final da primeira fase. Com a prova de mais jogadores irregulares, o Toledo ainda ficaria com crédito.

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