Nem tudo perdido

Especialistas apontam a solução para o Tricolor sair do atoleiro

A crise financeira que está vivendo o Paraná Clube nos últimos anos e o momento delicado que o time atravessa na Série B coloca em xeque até mesmo o futuro paranista. Apesar das inúmeras dívidas trabalhistas que condena o seu caixa e a falta de capacidade para honrar seus compromissos com atletas e funcionários, o Tricolor, apesar de muitos não acreditarem, ainda tem salvação. De acordo com especialistas em marketing esportivo entrevistados pela Tribuna 98, o ponto de partida do Paraná para tentar sair da crise e voltar a trilhar novos caminhos é reestruturar as principais áreas do clube e profissionalizar a sua administração com gente que seja capaz de, sobretudo, gerir o futebol paranista.

“Todos os clubes passam por problemas. O caminho é fazer um plano de negócios, negociar com os credores e fazer um plano de controle de orçamento. Assim, o clube poderá maximizar a sua receita e projetar um crescimento a médio e longo prazo. Neste plano de negócio, é necessário profissionalizar a sua administração para que os momentos de crise possam ser controlados”, apontou o especialista em marketing e gestão esportiva, Amir Somoggi.

Para o diretor da Pluri Consultoria, Fernando Ferreira, a crise financeira do Paraná pode ser resumida pelos anos seguidos que o clube está disputando a Série B, já que a geração de receitas para quem disputa a segunda divisão é infinitamente inferior com os ganhos dos clubes que estão na elite do futebol nacional.

“A diferença da Série A e da Série B é absurda. A medida que o clube não volte para a primeira divisão a situação vai se agravando. O futebol de alto rendimento é muito caro. É preciso um volume de recursos muito grande. As competições no país são deficitárias. Com os clubes mais endividados e o mercado mais inflacionado, não se permite uma equipe fazer receita para montar grandes times”, explicou.

O comando do futebol paranista, que já passou pelas mãos de Roque Júnior, hoje está a cargo do vice-presidente Celso Bittencourt, que não é remunerado e exerce essa função dentro do clube por necessidade. Ferreira acredita que este erro, que não é cometido somente pelo Paraná, é recorrente de boa parte dos clubes do futebol brasileiro.

“A maioria dos clubes não é profissional e é gerido de maneira amadora. Gestores não remunerados é o fim do mundo e essa é a maldição do futebol brasileiro. Eles dedicam parte do seu tempo a isso por paixão e não pela capacidade de comandar essa área do clube. O Paraná e diversos clubes precisam de profissionais capacitados e não apenas desses entendidos de sofá. Se você profissionalizar e estruturar o clube, os resultados vão aparecer”, acrescentou.

Somoggi ressaltou que apesar de o Paraná ser a terceira força de Curitiba, a realidade do clube e a perda da geração de receitas do seu quadro social aliado a queda para a Série B contribuíram para o momento delicado que vive o time paranista tanto nos bastidores, quanto dentro de campo.

“O clube tem torcida, mas ainda sim é bem menor que de Atlético e de Coritiba, assim como a sua renda. A perda da receita do seu quadro social e da importância dessa área do clube mexeu com a estrutura do clube. O futebol consome o dinheiro todo e sem isso não se faz time competitivo para disputar a primeira divisão. Quando há o rebaixamento, a perda é muito grande”, arrematou Somoggi.

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