Equipe pré-olímpica procura um substituto para Kaká

Rio – A seleção brasileira sub-23 ainda vive à sombra do meia Kaká, do Milan, que não pôde integrar o grupo para a disputa do Torneio Pré-Olímpico por causa de um impasse envolvendo o clube, a Fifa e a CBF. O técnico Ricardo Gomes trabalhou durante o ano inteiro com a perspectiva de o atleta ser a grande referência da equipe na competição que será disputada no Chile, a partir de 7 de janeiro.

Embora negue em público o desconforto pela ausência de Kaká, Ricardo Gomes não sabe agora como armar o time sem ele. Quem deixou isso claro foi o auxiliar do treinador, Cristóvão Borges, na apresentação parcial do grupo, ontem, no Aeroporto Santos Dumont.

“O Kaká tem uma característica muito pessoal de compor o meio e de usar sua força para puxar os ataques. Não há ninguém na seleção que jogue assim”, disse Cristóvão Borges, justificando o porque da intenção de Ricardo Gomes em dar ênfase aos treinos táticos nos quatro dias de atividade em Teresópolis, para onde o grupo seguiu no final da tarde desta sexta. “Vamos ter de encontrar alguém para ocupar essa vaga, essa função”, prosseguiu o auxiliar-técnico. “O time-base era em cima do Kaká.”

Cristóvão Borges lembrou da eficácia do time com o ex-meia do São Paulo nos dois torneios disputados pela seleção sub-23 em 2003: o do Catar e a Copa Ouro. “Ele não esteve nos dois amistosos contra Corinthians e Santos, em novembro, e a seleção jogou bem. Vamos ver quem o Ricardo Gomes vai escalar”, afirmou o auxiliar.

A equipe treina em Teresópolis, região serrana do Rio, até terça-feira. Depois, folga por três dias e viaja para o Chile no dia 2 de janeiro. Somente duas seleções se classificam no Pré-Olímpico para os Jogos de Atenas.

Tudo bem

Foi com incrível modéstia e humildade que os jogadores da seleção sub-23 reagiram à declarações recentes de campeões do mundo, como Roberto Carlos e Ronaldo, de que gostariam de participar da Olimpíada de Atenas. Se o Brasil obtiver a vaga no torneio classificatório, Ricardo Gomes vai convocar três atletas acima de 23 anos para compor a lista final.

Neste caso, alguns dos atuais relacionados estariam fora dos Jogos, apesar de terem ajudado a conquistar a classificação. “Se for para dar a vaga ao Roberto Carlos, vou fazer o quê? Todos sabem que ele é o melhor do mundo na posição”, comentou o lateral-esquerdo Maxwell, do Ajax.

Para o meia-atacante Daniel Carvalho, do Internacional, a possibilidade seria bem-vinda. “Ser cortado de uma lista para dar a vez aos melhores do futebol mundial é até motivo de alegria.”

O meia Diego, do Santos, preferiu lembrar que é preciso ganhar antes a vaga para somente depois discutir o assunto.

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