Entre Pan e Mundial, natação do Brasil faz 23 índices para Olimpíada

Quem olhar exclusivamente o quadro de medalhas vai avaliar que o Mundial de Esportes Aquáticos não foi tão bom quanto poderia ser para o Brasil na natação. Mas o fato é que, a um ano dos Jogos Olímpicos do Rio, o País vive seu melhor momento na história da modalidade. E a prova disso é que, entre os Jogos Pan-Americanos de Toronto (Canadá) e o Mundial de Kazan (Rússia), a natação brasileira fez 23 índices olímpicos em provas individuais. Classificou quatro revezamentos para o Rio-2016 e deixou os outros dois muito perto da vaga pelo ranking mundial.

A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) ainda não informou os índices que vai exigir para os Jogos Olímpicos, de forma com que o levantamento da reportagem leva em conta as marcas estipuladas pela Federação Internacional de Natação (Fina) – que podem ou não ser também utilizadas pela CBDA.

A entidade brasileira já definiu – mas não anunciou oficialmente – que só vai aceitar os índices feitos em dois eventos: o Torneio Open, em dezembro, em Palhoça (SC), e o Troféu Maria Lenk do ano que vem, em abril, no Rio. Mas tanto o Pan quanto o Mundial valem como tomada de índice para a Fina – o que significa que os brasileiros que atingiram tal índice têm direito a irem à Olimpíada, mas não necessariamente a estar na convocação da CBDA.

Na natação, diferente do atletismo, por exemplo, os atletas têm no máximo três momentos de “auge” da temporada. No chamado polimento, os nadadores encerram a fase mais pesada de treinamentos cerca de três semanas antes do evento escolhido para estar nesse auge. Alguns brasileiros optaram por polir para o Pan. Outros, para o Mundial.

Por isso, os resultados de Toronto e Kazan devem ser somados. O mesmo vale para a Universíada (para a qual Henrique Martins fez polimento) e para o Mundial de Cingapura (que terá Brandonn Pierry, entre outros), que também entram nesse segundo polimento do ano – o primeiro foi para o Troféu Maria Lenk, em abril.

Considerando apenas este período, foram obtidos 25 índices olímpicos, por 20 atletas diferentes. Isso sem contar com Cesar Cielo, que só foi ao Mundial e se machucou antes de nadar os 50m livre, e os atletas que não se classificaram para o Toronto ou Kazan.

Além disso, pelo Mundial, o Brasil garantiu a participação de quatro revezamentos nos Jogos do Rio (4x100m livre masculino e feminino, 4x100m medley masculino e 4x200m livre feminino). Os demais fizeram boas marcas no Pan e devem ir ao Rio com as quatro vagas disponíveis pelo ranking mundial. Se conseguir classificar os seis revezamentos, o Brasil terá direito a 12 atletas extras na Olimpíada, que poderão nadar apenas essas provas coletivas.

Como comparação, nos Jogos de Londres foi representado por 18 atletas, sendo que dois deles foram à Olimpíada só para nadar o revezamento. Em Pequim, a delegação tinha 22 nadadores, sendo que cinco só estiveram nas provas de revezamento.

A delegação do Brasil no Rio, entretanto, só será definida após as duas próximas fases de polimento: dezembro (Open) e abril (Maria Lenk). A tendência é a natação brasileira ir à próxima Olimpíada com a maior delegação da história, com até 30 nadadores.

CONFIRA QUEM NADOU ABAIXO DO ÍNDICE NOS ÚLTIMOS 30 DIAS:

50m livre – Bruno Fratus (21s55) e Henrique Martins (22s24)

100m livre – Marcelo Chierighini (48s27), Matheus Santana (48s52) e Henrique Martins (48s98)

200m livre – João de Lucca (1min46s42) e Nicolas Oliveira (1min47s81)

1.500m livre – Brandonn Almeida (15min11s70)

200m borboleta – Leonardo de Deus (1min55s01)

100m costas – Guilherme Guido (53s12)

200m costas – Leonardo de Deus (1min57s73)

100m peito – Felipe França (59s21) e Felipe Lima (1min00s01)

200m peito – Thiago Simon (2min09s82)

200m medley – Thiago Pereira (1min56s65) e Henrique Rodrigues (1min57s06)

400m medley – Brandonn Almeira (4min14s47)

50m livre – Etiene Medeiros (24s55) e Graciele Hermmann (24s94)

200m livre – Manuella Lyrio (1min58s03)

100m costas – Etiene Medeiros (59s61)

100m borboleta – Daynara de Paula (58s56) e Daiene Dias (58s74)

200m medley – Joanna Maranhão (2min12s39)

400m medley – Joanna Maranhão (4min38s07)

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