“Entra-e-sai” no Atlético não está funcionando

As substituições-relâmpago do técnico Juan Ramon Carrasco não têm sido bem digeridas pelo elenco do Atlético. Publicamente, dois jogadores já demostraram descontentamento com o estilo do treinador. O meio-campo Marcinho foi o primeiro a fazer cara feia quando, no jogo contra o Roma Apucarana, pela 4.ª rodada do returno, deixou o gramado aos 35 minutos do 1.º tempo.

Quarta-feira passada foi a vez do meio-campo Harrison se irritar. Pelo seu histórico de substituições, a revelação rubro-negra tem motivos para reclamar. Além de deixar o jogo contra o Toledo aos 28 do 1.º tempo, em partidas anteriores ele entrou sempre em campo acompanhado pela sombra do meio-campo Ligüera. Em quatro partidas, das 17 feitas por Harrison, o uruguaio o substituiu. No caso contrário, idem. Em três jogos, foi Ligüera quem deu lugar a Harrison. Em nenhuma partida os dois atuaram juntos.

Mas não é só isso que pode estar incomodando Harrison. O jogador, até agora, teve poucas chances de terminar uma partida, mesmo sendo um dos que mais se destaca nas partidas. O jovem meio-campo só fez os 90 minutos em seis partidas, contando os dois jogos pela Copa do Brasil.

De qualquer forma, há quem não interprete como perseguição, mas sim como uma cultura diferente do treinador uruguaio. Enquanto os técnicos brasileiros são diplomáticos nas substituições, Carrasco não faz cerimônia para sacar jogadores no começo da partida. Paulo Baier, o mais experiente do elenco atleticano, já falou sobre a polêmica e avalia que isso é complicado para o elenco assimilar.

Porém, ele defende Carrasco. “Às vezes, é difícil para o jogador aceitar, mas é o modo dele trabalhar”, disse o capitão, em entrevista na semana passada na 98FM, quando citou como exemplo a substituição do lateral Adriano, na partida de ida contra o Sampaio Corrêa pela Copa do Brasil. O jogador deixou o campo com apenas seis minutos de jogo.

Além de Marcinho, Harrison e Adriano, os atacantes Bruno Furlan e Nieto também já passaram pela mesma experiência: serem sacados com poucos minutos de jogo. Já Baier, Bruno Mineiro, Ligüera, Deivid e Marcelo enfrentaram a mesma situação, mas por causa de lesões e não por opção do treinador.